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Dhamma Talk - Palestra

de Ajahn Sumedho

em 29 Abr 2006

  (...anterior) Monges em Amarāvatīsó este pronome, pronome pessoal “Eu”...e então nós temos “eu” e “meu”. É evidente que “Eu” não implica necessáriamente egoísmo quando aponta à realidade do Ser, mas quando entro em pontos de vista e opiniões fortes, egoísmo e obsessão, quando fico obcecado com o “eu”, estou obcecado comigo, com o meu ser, com o que é meu...então estas palavras “eu” e “meu” são extremamente poderosas para se reflectir sobre elas, pois conduzem a este sentido de importância pessoal, do que eu penso, de que estes são os meus pensamentos, esta é a minha vida, os meus direitos...esta é a era dos direitos, exigindo os meus direitos.

E depois “Eu” pode facilmente conduzir a este sentimento de “individualidade pessoal”. Mas “Eu” também pode querer dizer “não-pessoal”...não um “eu” pessoal separado em termos de alguém com uma história, um corpo ou coisa do género, mas mais para indicar a realidade do estar presente. “Eu sou” é uma afirmação honesta...se fôr para nos exprimirmos neste momento com palavras, será com “Eu sou”. E eu refiro-me a isto na Lenda do Buddha (§), a seguir à Iluminação, quando Ele se dirige para Varanasi e encontra o asceta que Lhe pergunta, «Vós pareceis tão particularmente resplandecente e radiante...o que foi que acabastes de descobrir?». E Ele simplesmente responde «Eu Sou O perfeitamente iluminado»... e eu costumava interrogar-me sobre isto e dizia «se Ele estava iluminado, como poderia Ele dizer uma coisa dessas?». Sinceramente acho que é algo perfeitamente estúpido de dizer se me perguntassem....imaginem, alguém vos pergunta e vocês respondem «Eu Sou o/a perfeitamente iluminado/a»... quem quer que dissesse isso eu não confiaria. Eu já cheguei a conhecer pessoas aqui em Amarāvati de entre as quais uma proclamou-se Deus. Mas na verdade o Buddha disse o que disse, pelo menos na escritura, não sei até que ponto a história é fidedigna, mas é uma boa história e o asceta foi-se embora e não acreditou. Então, será que o Buddha estava a dizer uma mentira, ou foi só presunção? Ou foi o “Eu” não pessoal? Portanto isto é só uma reflexão sobre o uso deste pronome. Será que “Eu” sempre se refere a mim como uma pessoa? Ou é antes um testemunho da realidade? “Eu sou o iluminado”, “Eu sou o caminho”, “Eu Sou...”... e claro, para muitos de nós parece-se como sendo o ego, porque geralmente é assim que se usa a palavra, o pronome “eu”. E é óbvio, se alguém sente o seu ego envolvido, então vai-se interpretar como uma espécie de objectivo pessoal a ser alcançado, tornando-se personalidade... ou não será?

Por exemplo, no Advaita (Vedānta), eles usam o “Eu Sou” como “quem sou eu” ou usam a reflexão no “Eu Sou” de uma forma sábia. E então os budistas dizem «oh, no Advaita eles têm o “Eu” superior e o “Eu” inferior e o “Atman” e é tudo uma porcaria, nós os budistas é que estamos certos...». Mas, será que realmente sabemos o que estamos a dizer?.. será que compreendemos nós realmente a nossa própria convenção verdadeiramente? Porque nós temos preconceitos e juízos tendenciosos a respeito de outras religiões, a respeito de outras convenções que nós próprios não nos inteiramos nem compreendemos... que nem as praticamos para as perceber, simplesmente as julgamos do ponto de vista da nossa própria convenção. É como a presunção de ser inglês, não é?.. onde se pensa com presunção de que o Império Colonial Britânico ensinava as pessoas a serem civilizadas, porque a nossa civilização tinha muito mais brio do que qualquer outra, quando na realidade não compreendia ninguém... e isto é ser o “eu” e o “meu” que são convencidos, onde existe preconceito tendencioso e prejuízo que vem da ignorância.

E então, apontando para a consciência, qualquer que seja a nossa raça, religião, classe ou seja o que fôr, nós na realidade somos seres de consciência, isto é consciência. E a linguagem é algo que nós aprendemos e usamos em consciência.
  (... continua) 
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