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Dhamma Talk - Palestra

de Ajahn Sumedho

em 29 Abr 2006

  (...anterior)

Portanto, faço por, na minha própria experiência ao usar a palavra “Amor”, não defini-lo ou ficar a pensar demasiado em direcção a infinitas descrições sobre “Amor incondicional”, mas simplesmente reconhecer a realidade que é. A minha experiência sobre isto, que já contei a alguns de vocês anteriormente, sobre ter estado muito irritado com alguém, há alguns anos atrás, muito magoado, enraivecido, muito perturbado... portanto, sempre que esta pessoa surjia na minha consciência, eu sentia esta raiva, esta aversão... e então, comecei a observar isto que se chegou a tornar extremamente terrível e sufocante, quando eu na realidade não queria sentir isso... mas era o que estava a ocorrer (sorri). E então comecei a escrever a minha aversão. Lembro-me de estar ali sentado uma tarde inteira a escrever tudo o que me vinha à cabeça, como nunca antes... afirmações do pior, eu nem tão pouco tentei ser amável ou politicamente correcto, ou decente, ou qualquer outra coisa, eu simplesmente escrevia todo o ódio, sem precedente. E finalmente ao acabar, enchi três páginas, que queimei e enfiei pela sânita abaixo (risos).

Mas o significado deste discurso crítico de raiva em três páginas, foi que eu trouxe à superfície a imagem da memória desta pessoa e, depois disso nada permaneceu. Até na minha mais vívida imaginação, já não havia mais nada para pensar de sórdido ou horrível acerca daquela pessoa (ri). Portanto, a mente ficou simplesmente vazia. Depois trouxe a imagem desta pessoa outra vez à memória e perguntei, o que é que este vazio tem a dizer?.. e o vazio disse “Eu amo-te” a essa pessoa, à memória dessa pessoa. Isto para mim foi uma revelação muito importante porque, na realidade o que jaz por debaixo, mesmo desta raiva e cólera, é o Amor. Mas nós não sabemos isto, quando estamos envolvidos nos detalhes e dentro da própria raiva. Se tentarmos simplesmente parar isso, esse envolvimento raivoso... porque na realidade, nós queremos ser amáveis com amor e simpatia e podemos ser sensatos e entender as outras pessoas muito bem. Posso até pôr-me no lugar delas e compreender porque dizem coisas terríveis e tudo mais, mas, mesmo assim, estou a ser correcto ao nível da razão, mas ao nível emocional, no entanto, ou me deixo apanhar nisso simplesmente por pensar, vaguear, odiar e embrulho-me todo na emoção ou então, faço por não me envolver e páro isso. Ao reflectir desta forma e até tendo escrito isso cá para fora, não só como tendência mental sem realmente aceitar ou encarar, trouxe à superfície e encarei esta fúria e raiva. E ao escrever, consegui pelo menos trazer a emoção a um nível superior de evidência, para uma exposição crítica que me permitiu realmente conhecer e aceitar o que eu estava a pensar, e a sentir o melhor possível de modo a descrever a fúria, a raiva e a mágoa que eu estava a experimentar...mas chegou a um fim... passado um tempo não havia mais nada para dizer... e então houve uma realização, “amor incondicional subjaz tudo”. Mas nós não nos apercebemos, porque estamos perdidos nos nossos apegos, nos nossos hábitos, pontos de vista e opiniões, nas nossas ilusões... nas nossas personalidades.

Portanto, se não conhecerdes o que é a vossa personalidade ou, se não souberdes verdadeiramente o que são as emoções, vai-se simplesmente ajuízar de um nível racional, “raiva é má e isto é amor, é bom e eu gosto”, depois acredita-se nos gostos “este é um bom monge, aquele é um mau monge” e várias preferências surgem e desaparecem, e entretanto alguém de quem nós gostamos hoje, amanhã podemos já não gostar (ri). O gostar é mesmo algo em que não nos podemos fiar (sorri). E então tomei consciência que há sempre condições para se gostar... e quando por exemplo, vemos mães (§) com crianças e as crianças estão a ser mesmo teimosas, difíceis, abomináveis e impossíveis e, pode-se ver que a criança está a ser completamente insuportável nesse momento (ri)... mas no entanto as mães não dizem “eu odeio a criança”, pelo menos a maioria... e por debaixo de tudo isso, frustação, não gostar, da saturação... está este Amor incondicional.
  (... continua) 
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