Homepage
Spiritus Site
Início A Fundação Contactos Mapa do Site
Introdução
Vários temas
Peregrinações
Agenda
Notícias
Loja
Directório
Pesquisa
Marco Histórico §
Guia de Sânscrito
NEW: English Texts
Religião e Filosofia
Saúde
Literatura Espiritual
Meditação
Arte
Vários temas
Mosteiro Budista
pág. 8 de 10
Dhamma Talk - Palestra

de Ajahn Sumedho

em 29 Abr 2006

  (...anterior) Nós estamos emocionalmente condicionados para os extremos... e então queremos alegria e tememos o sofrimento... sucesso, euforia e falhanço, “não presto para nada, a vida não vale nada, não tem sentido nenhum”, e por aí fora... portanto, as emoções, estes hábitos emocionalmente extremistas, estão relacionados com este dualismo dos oito Dhammas mundiais. Mas emocionalmente nós não nos sabemos relacionar, nós não estamos aprimorados. As nossas emoções, porque se enquadram no desconhecido e no incerto, fazem-nos perder o sentido. Se nos definirmos como isto ou como aquilo, ficamos com uma certa noção do que se é... mas se de repente alguém nos tira as nossas identidades, não sabemos quem somos e isso é muito assustador. Portanto mesmo que nos assumamos bastante negativamente “Eu sou um falhanço absoluto sem esperança alguma”, ao menos definimo-nos (ri)... ao menos sabemos quem somos (ri)... mas, se nos convencermos “eu sou uma forma vastamente superior de humanidade” neste caso tanto nos podemos engrandecer como menosprezarmos... mas quando não há “eu” as coisas mudam. Lembro-me de há uns anos atrás, em Wat Pah Pong, quando ainda estava com Ajahn Chah, atravessei um período, com uma voz interna, eu senti que estava a morrer ali, senti que estava a morrer naquele mosteiro... e tinha este tipo incrível de grito cá dentro, a agudizar “eu quero viver”... esta voz interna “eu estou a morrer, eu quero viver” e de repente intimidei-me e comecei a olhar à volta “ isto é um sítio de morte, este mosteiro... o budismo fala só de morte e aniquilamento” (sorri), e logo surgiram-me todos os tipos de suspeitas e medos, “talvez seja mesmo uma religião diabólica... ou exterminadora”. E então este “eu quero viver” era como um grito dentro de mim, mas apesar de todo este tremor, eu consegui ter suficiente visão interior para na realidade não acreditar nisso, para não vacilar... mas foi muito intimidante, muito forte. Ou seja, quanto mais desenvolvo esta “consciência presente” (awareness), esta torna-se a força maior... e o sentimento de mim próprio como ego começa a entrar em pânico “quem sou eu então?.. eu vou morrer... eu tenho medo da morte”. E então muitas vezes usamos as palavras “vida” e “morte” como um par dualísta e dizemos “vida” ou “morte”. Mas, na forma de encarar as coisas no sentido Budista, é antes “nascimento” e “morte”... nascimento e morte sim, vão juntos. A palavra “vida” então, quererá significar o quê?.. será vida eterna?.. poderia ser. No entanto, nessa minha experiência, não se trata de condições eternas, condições que duram para sempre, mas subitamente, toda a noção de morrer, de mim a morrer, morreu (ri sózinho)... e a morte estando morta, não existe mais morrer então (ri sózinho outra vez)... portanto isto é o que Ajahn Chah costumava sempre dizer, «morre antes de morrer» que em Tai diz-se “dtai gon dtai” (ri como uma criança)... e Ajahn Chah estava constantemente a tentar dizer isto, “morre antes de morrer”. E então esta morte do ego, este poderoso sentimento da minha distinção de “eu” e “meu”, à medida que confio nesta “Presença Consciente”, este poderoso sentimento de “eu” em me manter o “eu”, a minha distinção, a minha singularidade, de repente morreu. Eu podia então deixar-me morrer se realizasse e visse isso, uma vez que eu estava a morrer e a sofrer a todo o tempo, pois era algo que não podia continuar.

Portanto, simplesmente se assume e se actua como se fossemos este ego o tempo inteiro... este ego sou eu mesmo e está comigo o tempo todo e mesmo quando estou a dormir, ainda sou Ajahn Sumedho. E depois há a forma como as pessoas falam carregadas da mais variada terminologia, em que assumem todas aquelas tendências latentes, raiva reprimida contorcendo-se das profundezas e talvez existam até todo o tipo de energias negras cá dentro à espera de sair com medos e tudo à volta. Como então acabar-se com isto?
  (... continua) 
topo
questões ao autor sugerir imprimir pesquisa
 
 
Flor de Lótus
Copyright © 2004-2024, Fundação Maitreya ® Todos os direitos reservados.
Consulte os Termos de Utilização do Spiritus Site ®