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Mosteiro Budista
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Dhamma Talk - Palestra

de Ajahn Sumedho

em 29 Abr 2006

  (...anterior) Na abordagem Budista, o Buddha (§) encarou este problema através do reconhecer que condições dão origem a outras condições – “origem dependente”. Ou seja, maneiras de reconhecer a sua criação, como quando há condições para a raiva e a raiva surge, não é nada senão algo que está latente, algo que subjaz internamente... a não ser que se assuma e identifique na realidade com o que está a acontecer. E então eu acho que compreender a “origem dependente”, é um modo muito mais proveitoso de olhar para a experiência, porque, por exemplo, quando o Sol brilha, quando chove, quando se está a ser elogiado, insultado, quando se está a sentir com saúde ou doente, as emoções estão sempre de acordo com as condições. E a plena consciência da condição, não é a condição. Portanto, não é uma condição a olhar para outra condição. Então esta consciência presente, está também consciente da personalidade ou do momento em que as condições para ser uma pessoa ou uma personalidade surgem e eu sou assim... sou pessoa feliz, pessoa infeliz, pessoa irritada, pessoa enlevada, pessoa deprimida, pessoa ofendida, pessoa aborrecida, pessoa assustada. Mas com a “Presença Consciente”, à medida que se reconhece o que é “Presença Consciente”, chega-se à simplicidade última. Como o espaço, não há nada de complicado a seu respeito. Não é nada que dependa de outras condições para ser plena atenção. Ou seja, até no meio do inferno se tem plena atenção. Então na Escola Mahāyāna, eles têm assim “Um Lótus que floresce por entre o Inferno é indestrutível” e depois vê-se a pintura desta Flôr de Lótus extremamente delicada e tudo em seu redor a arder tremendamente. Esse é o meu Ícone, ser este Lótus é um símbolo de pureza na religião oriental. “Um Lótus que floresce por entre o Inferno é indestrutível”... Lótus indestrutível, “Presença Consciente”. E o inferno continua à volta, mas esta “Presença Consciente” é indestrutível, por isso é que aqui se trata de reconhecê-la, realizá-la, não de tentar possuí-la ou criá-la. É aqui precisamente que as palavras sempre nos podem na realidade desviar ou conduzir no mau sentido, porque concebemos e definimos a “plena atenção” à nossa maneira. Queremos encontrar o que é, definir e falar sobre isso. Mas nada mais é do que isto. Na realidade é nada... com excepção de que é simplesmente atenção ao presente. Não se trata de seleccionar, não é concentrarmo-nos ou ter preferência por uma coisa sobre as outras e tentar controlar o que quer que seja, mas sim de permitirmos reconhecer esta situação pela qual nós estamos condicionados a tornarmo-nos, a nascer, a morrer, a ter medo, a gostar e a não gostar. Isto é o nosso condicionamento cultural e as nossas personalidades que estão construídas sobre estas ilusões... e toda a linguagem que usamos, reforça esta ilusão.

Portanto estas são as três amarras que nos cegam o caminho da “Quarta Nobre Verdade”, que se baseia em Sammā-ditthi (compreensão correcta). Estas três amarras são então o ego (sakkāya-ditthi), o ponto de vista da personalidade que é um ponto de vista criado; o processo cultural condicionador, condicionamento cultural; e a dúvida que é o resultado do pensamento. Se pensamos demasiado, duvidamos demasiado. Se se pensar demasiado, é-se constantemente um monge que não pára de questionar, inquieto. Na universidade encontra-se muita gente a duvidar, porque pensa. Em Berkeley, havia tantas pessoas... cépticas, cínicas, porque... simplesmente reparem, quando se pensa muito, quando se pensa sobre nós próprios, sobre a nossa prática, sobre o Budismo, sobre outra coisa qualquer, começa-se a duvidar sobre isso... e então este pensar cria esta dúvida (vicikichchā). É por isso que este realizar, reconhecer a “Presença Consciente” (Awareness), é o alvo da “Quarta Nobre Verdade”. É um meio inteligente de usar algo tão vulgar como o sofrimento, reconhecer as causas do apego, do desejo, largar (abrir a mão) e então realizar a cessação, que o que surgiu tem um fim. Fica-se então desperto, a “Presença Consciente” liga-nos à ausência, à cessação de algo.
  (... continua) 
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