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Misticismo islâmico e evolução social e política

de Mostafa Zekri

em 12 Mai 2006

  (...anterior) Orador Assim, o Egipto (§) é o único país no Oriente-médio onde as confrarias têm uma base legal.

Em Marrocos, para controlar a confraria darqâwiyya-shâdhiliyya e o seu fundador Mawlây al-'Arbî al-Darqâwî, o Sultão Mawlây Sulaymân iniciou-se na doutrina deste shaykh fazendo-se membro da confraria. Mas sob a ameaça dos wahhabitas, o mesmo sultão decretou a proibição da prática do sufismo. Mawlây al-'Arbâ Darqâwî recusou essas medidas e organizou vários ataques contra o poder central.
A confraria darqâwiyya-shâdhiliyya foi sempre considerada como uma confraria activista. uma imagem que os administradores coloniais divulgaram e transmitiram aos chefes militares. No seu artigo «les darqawa de Tanger» Michaux Bellaire dizia o seguinte: « Les darqâwâ, de gros chapelets bien visibles au cou, un grand bâton ferré à la main, le teint jauni par le fanatisme et par le jeûne, l'oeil mauvais, l'air arrogant, traversaient la ville en bandes, en criant comme une insulte au visage des chrétiens qu'ils rencontraient, qu'il n'y a d'autre divinité que Dieu, lâ ilâha illâ Allâh .»
Pelo contrário, outros autores como Paul Bruzon e Paul Odinot afirmam que a confraria darqâwiyya é uma das confrarias exc1usivamente místicas . Essa divergência vem da política geral da administração colonial. Como se sabe, os estudos feitos na época foram orientados, principalmente, pelos administradores coloniais e pelos militares. Nestas condições não se pode falar de objectividade científica.

O sufismo no quadro das confrarias continua a estar sujeito às polémicas entre os juristas muçulmanos e os sufis. A razão principal destas controvérsias está ligada às práticas populares que dizem respeito ao culto dos santos, awliyâ (sing. walî, amigo de Deus). Assim podemos distinguir dois tipos de sufismo: o sufismo popular e o sufismo intelectual.
Se a confraria, zâwiya, foi sempre o lugar por excelência da prática do sufismo popular, o sufismo intelectual não está ligado a um lugar definido. O pensamento e a contemplação encontram-se fora do tempo e do espaço. Os principais representantes desta corrente são originários de Espanha muçulmana: Ibn al-'Arîf (ob. 536/1141) o principal representante da escola de Almeria, Ibn Barrajân (ob. 536/1141), Ibn Qasî (ob. 546/1151) o Mahdî que dirigiu uma rebelião no Algarve, Ibn 'Arabî al-Hâtimî (ob. 638/1240) o Mestre por excelência, Ash-shaykh al-Akbar, 'Abd al-Haqq Ibn Sab'în (ob. 669/1270)...

Portanto Ibn 'Arabî é o sufi que deixou a teoria mais completa do sufismo. Na sua suma magna, Kitâb al-futûhât almakkiya, o Shaykh al-Akbar deu resposta a tudo. A obra deste «amigo de Deus» oferece uma interpretação esotérica global do Universo, da Existência e da Criação. Toda a obra de Ibn 'Arabî constitui, em definitivo, um único texto reflexo do texto alcoránico .
Não há dicotomia entre o “sufismo intelectual” e o “sufismo popular”. O ensinamento proferido pelos mestres espirituais nas confrarias está ligado de um modo ou de outro ao pensamento sufi. A análise das redes de difusão deste pensamento permite estabelecer o relacionamento entre os dois aspectos do misticismo islâmico e a sua ligação com a vida social e politica.

Bibliografia:

- Addas Claude, Ibn 'Arabî ou la quête du soufre rouge, Paris 1989
- Chodkiewicz Michel, Le Sceau des saints: Prophétie et sainteté dans la doctrine d'Ibn 'Arabî, Paris 1986 ; Un Océan sans rivage. Ibn 'Arabî, le Livre et la Loi, Paris 1922
- Charnay J.-P.
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