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A Morte - Início de Vida? II Parte

de Zelinda Mendonça

em 23 Out 2006

  (...anterior) Uma Alma sobe ao Céu de Burne-Jones
Os antigos egípcios entendiam a vida como uma viagem eterna e acreditavam que todos nasciam com diferentes quantias de desenvolvimento espiritual, relativas aos esforços realizados em vidas passadas.
Os seres humanos devem tornar-se iluminados para encontrar o caminho nas trevas.
Todos somos viajantes da eternidade, portanto todos necessitamos de iniciação verdadeira neste conhecimento.
O Livro dos Mortos egípcio tem um conteúdo bastante heterogéneo (ao qual não é alheio a diversidade temporal da origem dos textos) como:
- hinos
- prescrições
- orações
- indicações sobre as divindades que o morto devia conhecer
- textos mágicos de protecção contra determinados animais
- etc.
Todos os egípcios “sonhavam” fazer-se acompanhar de um “livro dos mortos”, na sua viagem para o além. Tamanho e temática eram variáveis dependendo do poder económico do encomendador, da quantidade e qualidade dos escribas que o produziam e o tempo de que dispunham para o fazer.
O maior e mais perfeito, melhor conservado e iluminado de todos os papiros que sobreviveram até nós é o “Papiro de Ani”. É o exemplo de livro funerário típico dos nobres tebanos do Império Novo. Neste papiro encontramos esta visão fascinante da vida do homem sobre a Terra:

«Veja, não está escrito neste pergaminho? Leia, tu que descobrirás nas eras futuras, se Deus lhe der o poder de ler. Leia criança do futuro, e aprenda os segredos do que é superior a tudo mais e que está tão longe de ti, ainda que na realidade esteja tão próximo. Os homens não vivem apenas uma vez e depois desaparecem para sempre; vivem inúmeras vidas em diferentes lugares, mas nem sempre neste mesmo mundo e, em cada, há um véu de sombras. As portas finalmente se abrirão e veremos todos os lugares que nossos pés percorreram desde o princípio dos tempos. Nossa religião nos ensina que vivemos para a eternidade. No entanto, como a eternidade não tem fim, não pode ter um começo; é um círculo. Consequentemente, se a unidade é verdadeira, isto é vivemos eternamente, o contrário também deve ser verdadeiro, ou seja sempre existimos. Aos olhos dos homens Deus tem muitas faces e cada um jura que viu a verdade e o Deus único. Mesmo que não seja assim, todas essas faces são apenas faces de Deus. Nosso Ka, que é nosso duplo, nos revela tais faces de diferentes modos. Das profundezas ilimitadas da fonte de sabedoria, que está oculta na essência de cada homem, percebemos grãos de verdade, que conferem o poder para realizar coisas maravilhosas àqueles dentre nós que têm o conhecimento».


No livro dos mortos, os egípcios encontravam os caminhos possíveis para a vida.
A magia das fórmulas era de dois tipos:
- OPERATIVO – produzindo determinados efeitos.
- DEFENSIVO – contra perigos vários … mas, garantiam os egípcios antigos, eram sempre eficazes.
Osíris e Rá são símbolos de imortalidade e de eternidade.

No cortejo fúnebre o sarcófago ia sobre a barca solar com o morto, que à semelhança de Rá era transportado para o Além e era acompanhado de todos os seus pertences.
Toda a acção se desenvolvia tendo em conta os rituais purificadores, a cerimónia de abertura da boca, orações dirigidas aos deuses do Além de forma a ser bem recebido. Era-lhe apresentado o percurso e as fórmulas que lhe permitiam a vitória sobre os seus inimigos, hinos dirigidos aos deuses, era feita a solarização do morto (identificação com o Sol, Rá). O morto tornava-se imperecível, inatacável, podia agora viver como um deus. Dava-se a “transfiguração”. O morto teria a sua morada fixa em Heliópolis, a cidade sagrada do Sol. Podia conduzir a barca de Rá navegando pelo céu. Depois desta viagem, o morto entrava no mundo subterrâneo (existiam fórmulas próprias para a sua abertura) e era protegido dos seus inimigos por fórmulas adequadas.
Entrava em Abidos e participava da comitiva de Osíris.
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