Homepage
Spiritus Site
Início A Fundação Contactos Mapa do Site
Introdução
Arte
Biografias
Agenda
Notícias
Loja
Directório
Pesquisa
Marco Histórico §
Guia de Sânscrito
NEW: English Texts
Religião e Filosofia
Saúde
Literatura Espiritual
Meditação
Arte
Vários temas
Mosteiro Budista
pág. 3 de 9
Frei Luís de Granada

de Pedro Teixeira da Mota

em 28 Dez 2006

  (...anterior) Da Sagrada Quietude do corpo e da alma. De diversas diferenças e graus que tem a Quietude. XXVIII. Da Bem aventurada virtude da Oração, e da maneira que nela assiste o homem ante Deus. XXIX. Do Céu terreal: que é bem aventurada Tranquilidade; e da perfeição e ressurreição espiritual da alma antes da comum ressurreição. XXX. Da união e vínculo das três virtudes teologais, Fé, Esperança e Caridade. Os títulos na versão moderna são mais curtos, começando pelo XXX, Da Caridade, Esperança e Fé. XXIX Da Impassibilidade. XXVIII Da Oração, e XXVII Da Hesychia. O receio da quietude (queimada pelo labéu dos quietistas, de Miguel de Molinos a Fenélon), leva mesmo o responsável da edição na editorial Lumen, esclarecer em nota de rodapé: “No original hésychia, do grego “tranquilidade”, “repouso”. É o estado de tranquilidade espiritual em que se encontram os que se consagram à oração perpétua”. Como se pudessem deter as águas vivas, aquietantes e beatíficas da graça, que chegam a todos os que oram, para estarem só reservadas aos dedicados à oração perpétua.

Mas a pobreza da versão actual perante a riqueza da parafraseada por Frei Luís é tão abismal que não resistimos a citar o nosso frade: "A cela (quarto) do verdadeiro solitário é o seu próprio corpo (aonde traz a alma recolhida onde quer que esteja) e dentro dele está a escola da verdadeira sabedoria... Vi alguns amadores desta sagrada Quietude, os quais por meio dela fartaram sem jamais fartar-se o desejo acendidíssimo que tinham de Deus, acrescentando cada dia fogo a fogo, desejo a desejo...

Aqueles cuja alma sabe orar de verdade, falam com Deus rosto a rosto, como quem fala com o Rei ao ouvido; mas aqueles cuja boca ora, são semelhantes aqueles que falam ao Rei diante do senado; e os que moram no século, são como os que estão no meio do povo desassossegado, falando com o Rei de muito longe. E se tu estás destro nesta arte de orar, entenderás muito bem isto que dizemos. Assenta-te como uma atalaia no mais alto da tua alma, e daí examina e olha-te a ti mesmo diligentemente (se sabes fazer este ofício) e então entenderás de que maneira, e em que tempo, e por que parte, e quantos e quais são os ladrões que querem entrar em tua vinha e furtar os frutos dela...".

III - Ensinamentos. Oração ao Espírito Santo.

Quem ler a obra tão viva e ardente de Frei Luís de Granada espantar-se-á, mas certamente a atribuirá à grande devoção, trato e amor que o mestre tinha com Deus, o Espírito, a Tradição cristã, e aos frequentes exemplos de aspectos e casos da vida quotidiana, bem como as belas analogias extraídas do grande livro da natureza, nomeadamente do majestoso Cabril, que ele tão sabiamente sentia e conhecia.

É equilibrada a sua concepção do caminho espiritual: há que exercer as virtudes numa vida justa, fazer certas austeridades e mortificações dos instintos, oral e contemplar com devoção, confiar e pedir a Deus, pela graça justificante de Jesus, e realizar o estado unitivo de amor com Deus.
Tem-se dito que a sua teologia e marcadamente cristocêntrica, mas parece-nos antes que está bastante equilibrada entre o Pai, o Filho e o Espírito, e se são muitas as páginas de considerações e meditações dedicadas a Jesus também muitas há dedicadas pura e simplesmente a Deus, e algumas outras ao Espírito Santo, como por exemplo esta oração que extraímos do Memorial da Vida Cristã, da edição impressa em 1583 em Salamanca: “Ó Espírito Santo consolador, que no dia santo do Pentecostes desceste sobre os apóstolos, e enchestes aqueles peitos sagrados de caridade, de graça e de sabedoria, suplico-te Senhor, por esta inefável largueza e misericórdia enchas a minha alma, da tua graça, e todas as minhas entranhas da doçura inefável do teu amor.

Vem, ó Espírito santíssimo, e envia-nos desde o céu um raio da tua luz. Vem, ó Pai dos pobres. Vem, doador dos lumes, e do lume do coração.
  (... continua) 
topo
questões ao autor sugerir imprimir pesquisa
 
 
Flor de Lótus
Copyright © 2004-2024, Fundação Maitreya ® Todos os direitos reservados.
Consulte os Termos de Utilização do Spiritus Site ®