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Frei Luís de Granada

de Pedro Teixeira da Mota

em 28 Dez 2006

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E que Frei Luís de Granada era mesmo capaz de pregar partidas está o facto descoberto pelo Prof. José de Pina Martins (10) de ele ter incluído duas orações poéticas de Erasmo e de Pico della Mirandola no final do seu livro de Sermões, sem referir o nome do primeiro, então a ser vítima da desconfiança dos sectores mais extremistas ou conservadores do pensamento católico (entre os quais os inquisidores espanhóis, estando o seu nome e obra em vários Index) (11). Assim foi com duas orações poéticas, escolhidas certamente pela sua beleza e por provirem de dois dos mais altos espíritos humanos de sempre (e curiosamente tendo tido os dois problemas de censura com os seus livros), que Frei Luís de Granada quis coroar a sua obra de transmissor do Verbo, ou seja, os três volumes dos seus Sermões (12).

V - A arte de Orar. Ensinamentos ainda actuais.

Podemos sem hesitações considerar Frei Luís de Granada como um dos grandes mestres da arte de orar, na história da espiritualidade mundial, pois são centenas as páginas ainda hoje exemplares dedicadas a clarificar a devoção e a oração.

No princípio do prólogo ao Libro de la Oracion, y Meditacion (e citamos na edição de Salamanca, 1575, já portanto corrigida, pois a primeira era de 1554), Frei Luís de Granada resume o livro deste modo: “Oração propriamente falando, e uma petição que fazemos a Deus das coisas que convém para a nossa saúde. Mas toma-se também Oração noutro sentido mais largo, por qualquer levantamento do coração a Deus e segundo isto a meditação, e a contemplação e qualquer outro bom pensamento se chama Oração. E desta maneira usamos aqui deste vocábulo, porque a principal matéria deste tratado é a meditação e consideração das coisas divinas, e dos mistérios principais da nossa fé.

O que me moveu a tratar esta matéria foi, ter entendido, que uma das principais causas de todos os males que há no mundo, e falta de consideração, como significou o profeta Jeremias quando disse: “Assolada e destruída está toda a Terra: porque não há quem pare a pensar com atenção as coisas de Deus”.

“Assim como dizem os médicos, que para os medicamentos aproveitem é necessário primeiro que sejam actuados e digeridos no estômago com o calor natural (porque de outra maneira nenhuma coisa aproveitariam) assim também para que os mistérios da nossa fé nos sejam proveitosos e salutares convém que primeiro sejam actuados e digeridos no nosso coração com o calor da devoção e da meditação, porque de outra maneira muito pouco aproveitam”.

O exercício da consideração e meditação dos mistérios de Deus, que é o estudo da verdadeira sabedoria, e constantemente exemplificado Frei Luís de Granada, citando por exemplo Moisés: “ouvi estas minhas palavras nos vossos corações, e trazei-as atadas como por sinal nas vossas mãos, e ensinai aos vossos filhos, para que pensem nelas. Quando estiveres assentado na tua casa, ou andares pelo caminho, quando te deitares, e levantares, pensarás e ruminarás nelas, e escrevê-las-ás nos umbrais e portas da tua casa, para que sempre as tragas diante dos teus olhos. Com que palavras se podia mais encomendar a continua meditação e consideração das coisas divinas, que com estas?”(13).

Contudo, para Luís de Granada esta consideração ou meditação (ora usando a imaginação visualizadora, tal sobre a vida de Jesus, ora intelectual ou de entendimento, sobre o que não é do domínio dos sentidos), é apenas uma das partes da Oração, sendo as duas primeiras a preparação (aparelhar o nosso coração, quer lembrando-nos e pedindo desculpa pelos nossos erros, quer, pensando na grandeza infinita de Deus) e a lição (leitura de algum texto sagrado), e as últimas a acção de graças (pelos benefícios recebidos) e a petição (do que é necessário a nós e aos outros).
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