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pág. 6 de 9
Frei Luís de Granada

de Pedro Teixeira da Mota

em 28 Dez 2006

  (...anterior)

“A consideração desencerra o encerrado, desprega o encolhido, e aclara o escuro: e assim esclarecendo o nosso entendimento com a grandeza dos mistérios, inclina a nossa vontade (quanto é de sua parte) a viver conforme ele. Este ofício figurou Deus na lei singularmente, quando entre as condições do animal limpo pôs uma, que foi ruminar o que comia. Pois claro está que pouco fazia isto ao caso de ser o animal limpo, ou não limpo; e pouco cuidado disto tinha Deus. Mas quis representar-nos nisto a condição e o ofício dos animais espiritualmente limpos (que são os justos) os quais não se contentassem com comer as coisas de Deus, crendo-as pela fé, senão ruminando-as também depois de comidas pela consideração, e esquadrinhando os mistérios que creram, e entendo o tamanho e a grandeza deles, repartindo logo este manjar por todos os membros espirituais da alma para sustento e reparo dela”(14).

Noutro passo explica Frei Luís de Granada que o amor de Deus só pode crescer com a prática, com o exercício, e para movermos a vontade a amar é necessário estarmos sempre considerando os benefícios de Deus e as suas perfeições “porque cada uma destas coisas bem considerada é como um pedaço de lenha, ou um tição que atiça e acende nos nossos corações este fogo do amor. Pelo que nos convém alimentar muitas vezes este fogo com esta lenha, para que assim nunca desfaleça nele esta chama divina: como o figurou Deus na lei quando disse: No meu altar (que é o coração do justo) sempre haverá fogo. E para isto se terá cuidado cada dia pela manhã de alimentá-lo com lenha (que e a consideração de todas estas coisas), que assim se pode sempre conservar. E assim diz o Salmo, com a minha meditação e consideração se acenderá mais este fogo, ou seja, a caridade”.

Esta valorização da consideração e meditação constante prende-se com a questão do mal: porque não discernimos nós o bem e o mal, porque fazemos por vezes o mal sabendo-o?

Para Luís de Granada não é tanto uma questão de entendimento mas mais de vontade: são os nossos apetites que obscurecem a luz natural do entendimento e nos levam para comportamentos incorrectos (15). E portanto trata-se de recuperar a vontade ao serviço do que há de mais elevado em nós, pelo que se deve abordar a oração “mais com afectos e sentimentos de vontade, que com discursos e especulações do entendimento”, reafirmando em seguida “não acertam com este caminho os que de tal maneira se põem na oração a meditar os mistérios divinos, como se os estudassem para pregar, o que é mais derramar o espírito, que recolhê-lo; e andar mais fora de si, que dentro de si. De onde nasce, que acabada a sua oração ficam secas e sem suco de devoção, e tão fáceis e ligeiros para qualquer leviandade, como estavam antes. Porque de facto tais não oraram mas falaram e estudaram, que é um negócio bem diferente da Oração. Deveriam esses tais considerar que neste exercício mais chegamos a escutar de que a falar, pois (como disse o Profeta) os que se chegam aos pés do Senhor, receberão da sua doutrina, como a recebia (aquele que dizia, “ouvirei o que fala dentro de mim o meu Senhor”.

De que não é fácil, e sobretudo nos nossos dias, conseguir rapidamente o silêncio interior e receber a inspiração do espírito, ou vivenciar os estados unitivos, estava bem clarividente Frei Luís, explicando-o num dos Avisos do Livro da Oração e da Meditação (f.
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