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O Tauísmo - 1ª Parte

de Lubélia Travassos

em 16 Abr 2007

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Na verdade, elas consistiam nos ensinamentos secretos, que haviam sido transmitidos desde os tempos antigos, tal como a lenda posterior que venera o Imperador Amarelo Huang Ti, como tendo sido o fundador da Filosofia Tauísta.

No “Tao-Te King” podemos encontrar citações desses aforismos mais antigos. De muitos desses sábios só nos foram transmitidos os nomes, como por exemplo o mestre Hu k'in Lin ou o seu discípulo Po Hun Wu Jen, enquanto que de outros a lenda só regista alguns traços. Foi o que aconteceu com Liã Yu K'on, de quem se conservou uma obra com oito volumes, com o título “Liã Dsi”, sendo o mesmo também citado pelo Filósofo Chuang-Tzu, não como uma figura lendária, mas como uma personalidade real a quem eram atribuídas forças sobrenaturais miraculosas.
Em “Liã Dsi”, o desenvolvimento da doutrina obedece ao sentido dos problemas do Tao-Te King, elaborados no entanto de maneira mais metafísica. Nele o pensamento ocupa-se das antinomias de espaço e tempo, do problema do desenvolvimento dos diferentes tipos de seres vivos e de muitas outras questões. Nota-se no mesmo o naturalismo, que é ainda mais forte e acentuado de uma forma mais unilateral do que no Tao-Te King. O Tau torna-se, cada vez mais, numa substância metafísica, causador de toda a existência e da não existência, projectando-se nas formas sem nunca se manifestar a si mesmo. A sua característica principal está no facto de se contarem sobre ele muitas histórias em forma de parábolas, que divulgam, em parte, o milagre que a força de uma prática de Yoga (§), orientada para a unificação, deveria demonstrar. Por conseguinte, encontramos em “Liã Dsi” o lado místico paralelo ao desenvolvimento do elemento mágico.

Yang Tchu é outra personalidade histórica que, na época do Confuciano Mong-Tzu, quando os seus ensinamentos já tinham alcançado um grande círculo de discípulos e fiéis, foi considerado um dos seus principais adversários. Mong-Tzu atacou Yang Tchu pelas suas opiniões egoístas, que não só pareciam rejeitar como dissolver todas as relações estatais. O certo é que Yang Tchu não sacrificaria um fio de cabelo para ser útil ao mundo. Isso demonstrava o seu egoísmo, tornando impossível qualquer tipo de vida comunitária entre os homens. Embora Yang Tchu tenha sido discípulo de Lao-Tzu, não compreendeu, de facto, os seus ensinamentos, razão pela qual os desenvolveu de modo unilateral.
Neste sentido Lao-Tzu sofreu do mesmo mal que Confúcio (§). Tal como os ensinamentos de Confúcio se transformaram, no principal ramo da sua escola, em ritualismos unilaterais, um tanto ou quanto mesquinhos, também os ensinamentos de Lao Tzu se converteram, em Yang Tchu, num naturalismo unilateral, portanto limitado.

Temos o exemplo daquele naturalismo unilateral através de Chuang-Tzu, que conta como certa vez Yang Tchu procurou instrução com Lao-Tzu. Ao procurar saber se um homem trabalhador e forte, com um raciocínio que tudo penetra, com uma clareza omnipresente e incansável na busca do Tau, poderia ser posto em termos de igualdade com os reis sábios da Antiguidade, Lao-Tzu repeliu-o com muita dureza e depois prosseguiu: «A actuação dos reis sábios foi de tal ordem que as suas obras preencheram todo o mundo, mas não pareciam ter saído deles. Eles moldavam todos os seres e presenteava-os e as pessoas nada sabiam. Os nomes dos sábios não foram mencionados, mas satisfaziam, no íntimo, a todos. Eram incomensuráveis e caminhavam na não existência».
Vemos através deste exemplo, que Yang Tchu foi discípulo de Lao-Tzu, mas também podemos notar que na sua orientação, principalmente intelectual, ele representa um desvio da verdadeira perspectiva de Lao-Tzu. Verificamos que esse ponto de vista se coaduna muito bem com as histórias e palestras relacionadas com ele no sétimo livro de "Liã Dsi".
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