Homepage
Spiritus Site
Início A Fundação Contactos Mapa do Site
Introdução
Sistemas Religiosos e Filosóficos
Agenda
Notícias
Loja
Directório
Pesquisa
Marco Histórico §
Guia de Sânscrito
NEW: English Texts
Religião e Filosofia
Saúde
Literatura Espiritual
Meditação
Arte
Vários temas
Mosteiro Budista
pág. 6 de 8
O Tauísmo - 1ª Parte

de Lubélia Travassos

em 16 Abr 2007

  (...anterior) A isso se dá o nome de «não limitar o Tau pelo consciente, nem querer ajudar o celestial com o que é humano».
Neste sentido, todas as questões mais profundas de sofrimento e de morte são tratadas também com grande soberania.

O sétimo livro, intitulado: “Para uso dos reis e dos príncipes” é a conclusão, tratando do domínio pelo não domínio. O livro refere: «O homem mais elevado serve-se do seu coração como se fosse um espelho. Não corre atrás das coisas nem vai ao encontro delas, reflecte-as mas não as detém».
Em conclusão, Chuang-Tzu representa uma continuação do Tauísmo porque introduz, na solução das questões filosóficas da sua época, os métodos deste. Ele envolve os ensinamentos na luminosa exteriorização da linguagem poética e formula parábolas bem alinhavadas, onde o indizível da concepção Tauísta cintila magicamente. Põe a parábola ao lado do paradoxo, a fim de tornar acessível o inexplicável.
Em relação à objectividade, facilmente constataremos que Chuang-Tzu se mantém em directo com a linha de Lao-Tzu. Ele também vive nas profundezas do Tau. Para ele o mundo fenomenal é também um sonho ilusório. Tal como o seu mestre, também ele levou uma vida oculta.

O Sábio Tauísta

Segundo Chuang-Tzu, o sábio Tauísta é indiferentemente chamado santo, homem de Tau, homem de P'o, homem autêntico, homem perfeito, homem de carácter, amigo de Te (que significa virtude, acto ou eficácia do Tau), homem verdadeiro. Chuang-Tzu não pára de nos falar deste homem, de tratar da sua vida mística, das suas alegrias e das suas ciladas, no capítulo intitulado «Torturar-se o espírito», onde ele faz a mais exaustiva descrição daquela figura. Primeiro ele apresenta-nos o sábio como o homem que se conserva em repouso, ou seja, como aquele em que o equilíbrio e a facilidade são assegurados pela acção de “Wu-Wei”. Através da calma mantém a integridade do seu espírito e afasta as preocupações, as desgraças e as influências nefastas.
Diz Chuang-Tzu, o seu desprendimento é de tal ordem que ele não teme a morte, uma vez que nos seus olhos ela não passa de uma metamorfose da acção do céu. Ele vive como quem flutua, por isso não sofre, nem calamidade, nem entrave material, nem crítica dos vivos, nem censura dos mortos. É por conseguinte um homem que conseguiu superar todas as paixões e todo o “ter”, ao ponto de já não resistir a nada e de se nutrir exclusivamente de pureza e de vacuidade. Esta vacuidade é, portanto, a imagem da mais elevada virtude. Quem atinge tal estado preserva o espírito na sua condição original. Ele estende-se a tudo, abraça a terra, irradia sem ofuscar, possui em si a simplicidade mais profunda e procedendo desta forma identifica-se com a ordem do céu.

Através desta descrição pode-se ter uma ideia do homem do Tau, como sendo uma espécie de eremita desencarnado, sentado no alto de uma montanha e já não tendo qualquer contacto com o mundo dos homens. Embora seja uma imagem típica, não reflecte contudo a situação do sábio Tauísta.
O sábio Tauísta busca a simplicidade e a pureza mais extremas, todavia busca-as como um estado interior e não através da mortificação, da ascese, ou forçando a sua vontade. Por isso poderemos considerar o Tauísmo mais como uma Filosofia, uma maneira de ser, do que uma Religião.
Chuang-Tzu diz que o verdadeiro santo conhece a paz interior, regulando a sua actividade pelo movimento do céu e da terra. Por conseguinte, ele não sente qualquer necessidade de fugir do mundo, quer viajando, quer mercê de um retiro solitário ou da ascese ou através de uma concepção ilusória do Universo. Na realidade ele nem mesmo tenta atingir um estado de vazio e de santidade. A sua paisagem mental é completamente tecida de vazio, de sorte que nada lhe resta alcançar, evitar ou aprender; tudo está ali, basta-lhe abrir o seu coração. A sua humildade não tem limites, visto que ela responde ao júbilo e à vitalidade de ser. Da mesma maneira, a força da sua interioridade é tão grande que lhe parece inútil demarcar-se dos outros.
  (... continua) 
topo
questões ao autor sugerir imprimir pesquisa
 
 
Flor de Lótus
Copyright © 2004-2024, Fundação Maitreya ® Todos os direitos reservados.
Consulte os Termos de Utilização do Spiritus Site ®