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Mosteiro Budista
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Liberdade na restrição

de Ajahn Sundara

em 19 Abr 2007

  (...anterior) Ajahn Sundara Percebendo o perigo de seguirmos cegamente os nossos sentidos, os desejos conectados com estes, e os objectos conectados com os desejos são um aspecto da disciplina. Compreender naturalmente impele à aplicação desta disciplina. Não se trata de restrição sensorial por si própria, mas sim de sabermos que os desejos sensoriais não conduzem à paz e não nos podem levar para lá das limitações da identificação com o nosso corpo e mente.
Quando vimos pela primeira vez viver para o mosteiro temos que adoptar a disciplina dos Oito Preceitos. Os primeiros cinco preceitos apontam para aquilo que é chamado de Acção Correcta e Discurso Correcto: refrearmo-nos de matar, roubar, de ter uma incorrecta conduta sexual, de mentir e de tomar drogas e outros produtos intoxicantes. Os outros três focam-se na renúncia, tal como a renúncia a comer depois de uma determinada hora, a dançar, a cantar, a tocar instrumentos musicais, a embelezarmo-nos e a renúncia a dormirmos numa cama alta ou luxuriosa. Alguns destes preceitos podem parecer irrelevantes nos dias de hoje e nesta era. A que chamamos uma cama alta ou luxuriosa, por exemplo? Quantos de nós temos uma cama com dossel? Ou porque dançar, cantar ou tocar um instrumento não é permitido como prática espiritual?
Quando nos ordenamos como monja ou monge, tomamos ainda mais preceitos e aprendemos a viver ainda com maior restrição A renúncia ao dinheiro, por exemplo, torna-nos fisicamente totalmente dependentes dos outros. Estes critérios podem parecer muito estranhos numa sociedade que venera a independência e autonomia materiais. Mas essas directrizes começam a fazer sentido quando integradas na nossa prática da meditação. Elas tornam-se numa fonte de reflexão e põe-nos em contacto com o espírito que existe por detrás delas. Descobrimos que elas nos ajudam a refinar a nossa conduta e a desenvolvermos uma mais profunda consciência da nossa actividade física e mental e da forma como encaramos a vida. Então, assim, quando olhamos dentro dos nossos corações podemos ver claramente os resultados e as consequências das acções que realizamos com o corpo, com a fala e com a mente.
Seguindo tal disciplina também nos acalma, e requer que sejamos muito pacientes com nós próprios e com os outros. De um modo geral tendemos para ser seres impacientes. Gostamos de obter coisas de imediato, esquecendo que muito do nosso crescimento e desenvolvimento vem de aceitarmos o facto de que este corpo e mente humanos estão longe de ser perfeitos. Existe uma coisa, nós temos kamma (karma), um passado que carregamos connosco e que e muito difícil de abandonar.

Por exemplo, quando nós contemplamos o preceito de nos refrearmos, de usar a palavra de forma inadequada (discurso incorrecto), temos a oportunidade de aprender a não criar mais kamma com as nossas palavras e de prevenir que isso seja outra fonte de mágoa e de sofrimento para nós e para os outros seres. A Palavra Correcta (samma vaca) é um dos mais difíceis preceitos porque as nossas palavras têm a capacidade de revelar os nossos pensamentos e colocar-nos em situações vulneráveis. Enquanto nos mantivermos em silêncio não é tão difícil. Nós podemos até mesmo parecer bastante sábios até começarmos a falar. Aqueles de vós que já estiveram em retiros talvez se lembrem do pavor que sentiram ao terem que se relacionarem verbalmente de novo com outros seres humanos. É tão bom, não é, estar simplesmente em silêncio com os outros; não há zangas, não há conflitos. O silêncio é um grande precursor da paz.
Quando começamos a falar, é outro jogo. Já não podemos enganarmo-nos a nos próprios. Tendemos a identificar-nos fortemente com aquilo que pensamos e então a nossa fala, a directa expressão dos pensamentos, também se torna um problema. Mas, a menos que aprendamos a falar com maior sabedoria, as nossas palavras continuarão a ser bastante agressivas para nós e para os outros. Na verdade o discurso por ele próprio não é tanto o problema mas mais o sítio de onde ele provém.
  (... continua) 
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