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Entrevista com Ajahn Sundara

de Spiritus Site

em 10 Mai 2007

  (...anterior) Não há a necessidade de se tornar um ser espiritualizado ideal. Este foi um aspecto que para mim considerei bastante refrescante, a receptividade e aceitação da vida tal como ela se apresenta e o uso de tudo como uma oportunidade para a liberação do sofrimento. Isto conduz naturalmente à transformação do coração. É um caminho muito claro e directo. O Buddha (§) não procurou explicar os grandes mistérios da vida, ele não tentou preparar um sistema metafísico. Em vez disso – ele disse «pratica e verás o resultado da tua prática»; «pratica e verás o que é a liberação».
Mesmo se ele descreve a experiência da liberação, Nibbana (Nirvāna) usando vários adjectivos, como o refúgio, o radiante, o belo, o pacífico, etc… o Nibbana ainda é uma experiência directa que precisa de ser realizada. Claro que eu também estava ciente, de que para seguir este caminho é necessário ter um bom professor, porque ao mergulhar na mente estamos a viajar por territórios desconhecidos que podem ser por vezes tanto assustadores, como abençoados, belos ou infernais. Sem a ajuda de um bom professor que nos possa guiar e apontar-nos os erros que podem ser cometidos na meditação, facilmente podemos ser induzidos em erro.
Quando lemos os ensinamentos do Buddha, percebemos que ele era um ser humano que gostava de experimentar em vez de acreditar em outros. Ele tinha uma mente corajosa que lhe permitiu examinar a natureza da existência humana e investigar profundamente a natureza da realidade última. E como uma praticante do caminho do Budismo, senti-me encorajada a fazer o mesmo. Aprender da minha experiência de vida, ver claro a conexão entre causa e efeito, entre o que eu penso, sinto, as minhas acções e os seus respectivos resultados, entre o que eu digo e o resultado do meu discurso. Deste modo a vida torna-se um solo experimental. Isto torna-nos muito interessados porque quando experimentamos, cada momento é uma nova descoberta, o desconhecido. Quando eu comecei neste caminho, eu não estava interessada em encher a minha cabeça com mais ideias, mais conceitos, mais histórias, mas aspirava por simplicidade. Encontrar os ensinamentos do Buddha a apontar para a presença da mente no agora, a plena atenção no momento presente, o estar plenamente desperto no agora, foi muito refrescante e poderoso para mim.
Isto fez-me perceber o quanto fora do momento presente somos apanhados, em pensamentos, planos, projecções acerca do futuro ou passado e por aí adiante… A realização de que a qualidade da mente, semelhante a um espelho, podia reflectir o nosso mundo foi uma extraordinária descoberta e libertação. Isto permitiu-me realizar o quanto vivemos fora do momento presente, presos no futuro ou no passado.

Maria: Que aspecto deste Ensinamento, em especial, gostaria de partilhar connosco?
Sundara: O que me pareceu emocionante neste Ensinamento foi a sua forma de fortalecer os praticantes do Dhamma (Dharma) na sua habilidade de compreender e libertar o seu coração do sofrimento. É um aspecto de confiança, uma qualidade de que muitas pessoas no caminho espiritual carecem. O Buddha, aponta de uma forma muito simples, as três características fenoménicas da existência: anicca – impermanência, dukkha – sofrimento e anatta - não eu (desapego); habilita-nos, através da prática da meditação, a reflectirmos nas nossas experiências passadas, para assim podermos começar a perceber como tudo está em constante mudança, como tudo é insatisfatório e como nada nos pertence realmente. Pela observação da impermanência das coisas percebemos que o sofrimento não é realmente nosso, que estados pacíficos de mente não são nossos, que a vida não é nossa, que o corpo e a mente não são nossos, e o resultado desta compreensão é uma paz profunda. Quando se pratica deparamo-nos com pequenas voltas e curvas, obstáculos e dificuldades ao longo do caminho que por vezes nos impedem de ver o que está diante de nós com maior clareza.
  (... continua) 
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