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O Ramayana (Rāmāyana)

de Maria

em 24 Mai 2007

  (...anterior)
Lakṣmaṇa era o segundo eu de Rāma, a sua própria vida que lhe caminhava ao lado. Quando em criança servia-o em tudo antes de si mesmo, Recusava-se a dormir se não tivesse Rāma a seu lado e, só comia se Rāma consentisse em partilhar a sua comida. Era a sua sombra, a sua alma gémea e acompanhou Rāma no exílio da floresta. Desempenhou um papel importantíssimo nas façanhas entre os demónios, pois era um guerreiro destemido e poderoso. Desincarnou voluntariamente, conforme a bela descrição de Vālmiki da saída do seu espírito através do seu coração.

Bharata é posto por sua mãe (§) Kaikeyī no trono em vez de Rāma. Mas, tal como os outros irmãos, Bharata era de grande fidelidade a Rāma. Quando, pela morte do pai, o rei Daśaratha, Bharata, ausente no estrangeiro, é chamado ao reino a governar e revolta-se contra a mãe ao saber da ausência de Rāma. Vai ter com Rāma à floresta para o trazer de volta. Mas Rāma recusa, assumindo o cumprimento da palavra dada pelo rei.
Bharata pede-lhe então as sandálias e diz-lhe: “És o verdadeiro rei. Governarei Kosāla por respeito a ti, mas serão as tuas sandálias a estarem no trono. Se ao fim dos catorze anos não regressares logo a Ayodhyā, entrarei numa fogueira e morrerei”.
Assim como Rāma e Lakṣmaṇa eram atraídos, Bharata e Śatrūgṇa eram também inseparáveis e governam juntos o reino de Ayodhyā, embora em grande tristeza.

Depois de Sitā ter estado prisioneira do rei dos demónios e de ter sido salva por Rāma, ajudado por Hanuman e seus companheiros, regressam todos ao reino de Ayodhyā. Anos mais tarde Rāma tem conhecimento do murmúrio do povo acerca da pureza de Sitā, por ela ter estado cativa de Rāvana, o chefe dos demónios. Manda então que Lakṣmaṇa a leve para a floresta e a mate, pois não queria o povo a murmurar, mesmo depois de Sitā se ter sujeito a uma prova do fogo para provar a sua honestidade. Com efeito, submetendo-se ao fogo Sitā pedira ao deus Agni que a engolisse, caso tivesse sido infiel a Rāma. Mas, o deus Agni abrira as suas línguas de fogo para deixar passar Sitā incólume.
Lakṣmaṇa levou-a para a floresta mas preferiu entregá-la ao sábio Vālmiki, pedindo-lhe que a protegesse. Vālmiki não só protegeu Sitā, como tomará os futuros gémeos, filhos de Rāma, como seus próprios filhos.

Sitā, representando na concepção indiana, tudo o que de mais belo existe na mulher e que tanto impressiona pela doçura e devoção, parte para um segundo exílio, com a mesma confiança e amor ao seu marido. Mas, quando Rāma já no fim da epopeia reconhece os seus filhos e a chama, ela perante todos, invoca a sua Mãe Terra, para a receber no seu seio, caso não tivesse sido profanada por Rāvana. E, a Terra abriu-se e Sitā, a filha da Terra, entregou-se à sua origem, íntegra na morte como na vida.

Como narra o Rāmāyana, a origem desta fantástica epopeia poética está num curto episódio ocorrido quando Vālmiki meditava no seu eremitério da floresta. Dois pássaros aproximam-se a cantar, enlevados em amor, pela margem de um rio. Ele observa-os totalmente absorto mas de repente o macho cai morto no solo, vítima de um caçador e afoga-se no seu próprio sangue. Vālmiki, profundamente pesaroso pela dor da desolada companheira, lamenta-os pronunciando, algo involuntariamente, uma maldição contra o caçador. Longe de ser porém uma maldição vulgar, ela é antes uma torrente discursiva melodiosa:
“ O Nishādha!
Nunca tu vás para a prosperidade, por toda a Eternidade,
Pois que do casal de “Krāuntshas, mataste um, encantado de amor”.
  (... continua) 
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