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Prefácio aos "Evangelhos Comentados 2007"

de Firmamento Editora

em 24 Nov 2007

  (...anterior) Poderá o cristão que leu o primeiro volume da trilogia que estamos a concluir com o presente livro, ficar indiferente ao que escrevera um muçulmano sobre a “Paixão de Cristo, segundo o Evangelho de S. Marcos”?

Será, porventura, que essas considerações terão contribuído para a promoção mediática da Bíblia a que assistimos no ano transacto? Lembramo-nos todos da iniciativa da cópia colectiva e variada do texto bíblico (que chegou a contar com a participação do próprio Presidente da República, um agnóstico con-fesso…) ou ainda do pavilhão de exposição “A Bíblia em Festa” no Centro de Lisboa.

Esperemos que não se tratasse de uma mera acção de marketing, mas sim de um desejo sincero por parte das Igrejas cristãs de abrirem finalmente as portas da interpretação escriturária a toda a gente, e não só aos seus fiéis. Pois que não se transcreve ou se lê um texto, ainda menos um texto sagrado cheio de ensina-mentos e de “revelações”, sem se deixar interpelar pela sua mensagem e se “converter”, mesmo que fosse um bocadinho. Confronto pessoal e íntimo, que pode transvazar para um círculo circunscrito de familiares ou de amigos, mas também para a praça pública, tal a semente que o vento leva…, porventura por meio duma publicação como a presente colectânea.
Mas há-de ser também confronto colectivo, em prol das questões que se colocam às nossas sociedades hodiernas. Questões e desafios bastante velhos mas com dimensões hoje catastróficas: distribuição pro-fundamente injusta da riqueza, marginalizando um terço da população mundial; guerras e armamento lou-co à escala internacional; banalidade da mentira e do cinismo na prática quotidiana dos nossos governan-tes (democraticamente eleitos…); exploração e manipulação desenfreada e desequilibrada dos recursos naturais e da própria vida, pondo seriamente em risco a sobrevivência da nossa humanidade e do nosso planeta, etc., etc.

Hoje, mais que nunca, em nome mesmo da mundialização e globalização, urge procurarmos uma ética global e planetária. Há que passar da ética individual apregoada pelas diferentes religiões para uma ética colectiva e abrangente. Por que, segundo o Decálogo, não devo matar, e o meu país pode entregar-se a matanças colectivas? Por que não devo cobiçar eu os bens do próximo, e a corrupção grassa nas diferen-tes esferas das actividades económicas e noutras, e as nações recorrem, sem pejo, à violência do dinheiro e da guerra para despojar os povos vizinhos ou longínquos dos seus recursos naturais? Em conformidade com o mandamento “não invocarás o Nome de Deus em vão”, esforçamo-nos todos a respeitar os nossos compromissos e não mentir a nível das relações imediatas. Mas se chegamos ao poder, já não interessa cumprir as promessas eleitorais (desde que o barómetro da opinião pública não venha a pôr em causa…) e a base das relações transnacionais torna a ser a mentira e a hipocrisia (até para justificar uma guerra pre-ventiva). Como aplicarmos a nível planetário o preceito de tantas tradições religiosas ou filosóficas reco-mendando que não se faça ao outro o que não gostaríamos que se fizesse a nós? Ou ainda, melhor ainda, de fazer ao outro o que gostaríamos que se fizesse a nós?

As religiões e outros sistemas filosóficos afins sempre enformaram e sustentaram os valores éticos da Humanidade. Mas parecem hoje não conseguir, globalmente falando, acompanhar o ritmo das mudanças dos paradigmas societais e da nova conjuntura planetária. Mas têm de actualizar, universalizar e “globali-zar” (no sentido holístico) as suas mensagens e seus valores, indo precisamente bebendo das águas trans-parentes e sempre renovadas das suas fontes escriturárias… Descobrir ou re-descobrir os valores “antro-pológicos” perenes que correspondem às necessidades e anseios dos homens e mulheres dos nossos tem-pos, aqueles valores que possam fundar e enformar as relações entre povos e sociedades, e bem assim as diferentes esferas da actividade social organizada e mundializada (diplomacia e política, comércio e eco-nomia, relação com a natureza, serviços públicos, etc.).
  (... continua) 
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