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324 Dias na Índia

de Rui Pereira

em 28 Dez 2007

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Calcutá foi a próxima paragem, o calor que aumentava gradualmente fazia desejar cada vez mais a subida para paragens mais altas.

Aqui encontrei pessoas que já antes conhecera em locais anteriores. O voluntariado de estrangeiros nas casas da Madre Teresa é frequente em Calcutá, tendo sido uma surpresa ver muitos Espanhóis, movidos por este propósito. Partilhei um pouco dessa mesma experiência numa casa de deficientes mentais, que foi uma pequena vivência que me marcou positivamente, apesar das muitas condicionantes envolventes.
Foi nesta cidade que motivado por uma amiga, venho a contactar Ammāji, que andava em digressão pela Índia. Também conhecida como “Hugging mother” (“A mãe (§) que abraça”) era com cepticismo, mas também curiosidade que me observava quando, entusiasticamente, ouvia falar dela. Porque andará uma pessoa a abraçar milhares de outras pessoas? E porque me deixarei eu abraçar por uma estranha? Mas o pensamento: “Quem é que não gosta de um bom abraço?” parece ter sido a abertura no meio do cepticismo. Na realidade nada havia a perder. Fui. Este tipo de experiências é muito pessoal, sendo vividas de modos únicos consoante cada um. Dos milhares de pessoas que passaram pela mesma experiência certamente todos a viveram de seu modo particular. Quanto a mim, o que posso dizer, é que realmente há abraços especiais e que para lá da minha compreensão, existem “vibrações” que passam e marcam momentos únicos, que ainda hoje lembro e que abriram a porta a outras experiências, que caso contrário poderiam ser mais difíceis de vir a acontecer. Não é fácil descrever, mas a sensação é de ter sido abraçado pelo amor de mãe mas a um nível superior, a um nível impessoal onde os aspectos da personalidade menos trabalhados não passam, porque simplesmente estão transformados... É difícil de descrever...
São muitos aqueles os que vão para o seu Āśram desenvolver as características femininas, não no sentido Ocidental de feminismo, mas num sentido muito mais amplo de fazer brotar as belas características femininas praticamente esquecidas, inclusivamente pelas mulheres, de forma a colmatar esta carência nesta sociedade masculinizada, permitindo assim, o preenchimento de características adormecidas que urgem despertar, para que o Ser se manifeste de uma forma completa e equilibrada.

A subida para as montanhas leva-me a Darjeeling, que para além do famoso chá, tem um grande campo de refugiados Tibetanos que inevitavelmente me fez lembrar a questão da ocupação do Tibete. Espalhado pelo campo existiam vários cartazes, relatando o facto de os Chineses terem em sua posse o prisioneiro político mais novo do mundo. Aquele que os Tibetanos consideram ser a encarnação da segunda mais alta individualidade na hierarquia, após o Dalai Lama (§): o 11º Panchen Lama.
A entrada no Sikkim vem marcar o início do contacto com os Himālayas (§) e com um outro tipo de experiências que não são alheias à beleza destas incríveis montanhas que induzem à contemplação e àquilo que bem posso chamar de “experiências radicais”... Conhecidas como “trekking”, as caminhadas nas montanhas, são a forma mais usada por aqueles que querem ter um contacto directo com as montanhas. Caminhar durante vários dias por caminhos de montanha ou simples carreiros entre a Índia e o Nepal foi uma descoberta nova. As dificuldades do próprio caminho vieram mostrar-me que a minha condição física estava um pouco enferrujada e onde o cansaço aumentava devido ao ar mais rarefeito.
Parece que quanto mais difícil, maior a intensidade das vivências e mais tarde melhor nos relembramos das experiências...
Bem diferente, mas da mesma forma radical, fora a participação no primeiro Vipassanā que acontecera nas proximidades de Gangtok, capital do Sikkim. Ouvia falar com alguma frequência, através de estrangeiros que já tinham experimentado este Vipassanā de Goenka. Fazia-me sentido, e decidi participar assim que houvesse oportunidade. A meditação já vinha fazendo parte da minha vivência...
  (... continua) 


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