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Mosteiro Budista
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324 Dias na Índia

de Rui Pereira

em 28 Dez 2007

  (...anterior) Estes dez dias de meditação orientada e em total silêncio vieram trazer uma nova abordagem acerca desta prática especialmente quando tão intensificada. Sobrevivi apesar das dores e dos diferentes estados mentais. Esta primeira experiência vem-me trazer maior consciência do corpo e de tensões que parecem ter sido acumuladas desde sempre! O objectivo parece simples mas torna-se complexo de realizar, porque o observador se confunde com o observado. Se somos aquilo com que nos identificamos, o que acontece quando não nos identificamos com “nada” e nos mantemos na posição do observador?

Ainda fiz mais um pequeno “trekking” por algumas aldeias típicas do Sikkim, com a minha amiga Silva, da Eslovénia, que comigo viajava desde Calcutá. Conhecemos um monge da tradição Tibetana na subida para o mosteiro de Tashiding com quem conversámos demoradamente. Venho a alugar-lhe uma casa simples onde acabei por ficar durante um mês, absorvendo a tranquilidade do local, contactando um pouco com este tipo de Budismo e acima de tudo, a digerir a experiência do Vipassanā. Já no final deste período faço um novo “trekking” com o objectivo de alcançar Dzongri, que fica a 4200 mts de altitude para observar o Kangchenzonga, a terceira montanha mais alta do mundo.
Meia hora ao romper do dia foi o tempo que os madrugadores tiveram para admirar a bela cordilheira, antes que as nuvens cobrissem toda a paisagem. Foi aquela meia hora que permitiu contemplar e sentir o que é estar no meio daquelas grandiosas montanhas. Lembro-me de olhar para James, da Escócia, e de reconhecer nele aquilo que também eu sentia: aquela meia hora era suficiente para coroar todo o esforço daquele empreendimento, que no caso dele era muito maior, já que, tinha limitações motoras. Ele continuou a caminhada por vários dias ao longo daquela cadeia montanhosa. Voltei a encontrar-me com ele em Kathmandu.
O objectivo seguinte era viajar para o Nepal, pois precisava de renovar o visto Indiano e os dois meses de autorização máxima de permanência no Sikkim tinham terminado.
Sempre que podia, ia obtendo alguma informação da delicada situação política do Nepal, onde as forças da oposição se opunham ao rei, gerando os variados conflitos pelas ruas de Kathmandu. Quando cheguei ao Nepal a situação estava em fase de rescaldo não havendo mais conflitos, mas a presença militar nas ruas era significativa. Os turistas eram em número reduzido e pareciam manter-se na cidade para acompanhar o mundial de futebol que se aproximava.
Entretanto e devido a uma estranha coincidência, fiquei impossibilitado de usar os dois cartões ATM que transportava, pois terminou a validade de um e perdi o outro, levando esta situação alguns dias para ficar resolvida. Acabou por ser uma oportunidade que aproveitei, para participar no segundo Vipassanā, que iria dar início um ou dois dias depois, precisamente no centro Vipassanā de Kathmandu, que fica nas proximidades da cidade. Esta segunda experiência levou-me a um confronto mais intenso ao nível dos estados mentais; se inicialmente não haviam dúvidas quanto à realização desta experiência, dias houve em que tive vontade de fugir dali. Na realidade nada de anormal neste tipo de situações...

Foi com total espontaneidade que no décimo dia, após a quebra do silêncio, abraço Nuno que comigo falou em Português, talvez pelo inesperado da situação e/ou pelo facto de há cerca de 6 meses não ver nenhum Português. Tivemos oportunidade de partilhar um pouco das nossas experiências e acabámos por viajar uns dias juntos, em Pokhara e Lumbini. Viajando por terra, tinha partido uns bons meses antes, se bem me lembro da Suiça, atravessando cerca de 20 países até chegar à Índia! O primeiro impacto da Índia deixou-o fascinado, o que acontecera em Amritsar, estado do Punjab, e centro da religião Shik. O seu fascínio acabou por contagiar, vindo posteriormente a visitar este local tão especial.
  (... continua) 


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