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Mosteiro Budista
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324 Dias na Índia

de Rui Pereira

em 28 Dez 2007

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Tivemos a ousadia de durante o mundial ir ver o jogo Portugal – Holanda a um bar de Holandeses, que apesar de um pouco surpresos se mostraram simpáticos.
Por falar de futebol foi uma surpresa agradável ver muitos Nepaleses e Tibetanos a apoiar a selecção Portuguesa, parecendo haver uma qualquer identificação de “pequenos” países, que a custo, procuram fazer-se ouvir num mundo dominado pelos “grandes”. Claro que, quando os nossos moçoilos jogam com a paixão dominada, conseguem encantar até a mais desatenta das avozinhas.
Curiosamente, foi a passagem pelo Vipassanā, que me fez firmar a decisão de experimentar um “rafting” logo que possível, o que acabou por acontecer num dos agitados rios do Nepal. Quando nos preparávamos para entrar no bote, o meu coraçãozinho passou a bater rapidamente e a mente começou a levantar uma série de questões que eram de todo evitáveis naquele momento. Valeu a tranquilidade da tripulação que parecia estar a lidar com a situação mais vulgar do mundo. Acabou por ser, uma experiência de confrontação comigo próprio ao nível dos medos e também divertido. Por vezes ainda penso, qual a relação entre a ousadia de me descobrir internamente, o que tinha feito anteriormente no Vipassanā, e a ousadia de me dispor a fazer este tipo experiências externas mais radicais, pelo menos para mim.
Ainda visitámos Lumbini, terra onde Siddartha, aquele que se tornou Buddha (§), nascera. Fiquei no mosteiro Coreano a usufruir da paz daquele local.
Já na fronteira compro bilhete de comboio para Amritsar, no Punjab. Este bilhete vem a custar-me a viagem mais desagradável nos sempre lotados comboios Indianos. É só quando estou para embarcar que percebo que estou na “lista de espera” (“waiting list”), bilhetes em que só momentos antes do comboio chegar são confirmados através listas colocadas nas estações. Note-se que na Índia todos os bilhetes têm o nome e idade da pessoa. Normalmente estes bilhetes são uma boa opção, quando se está nos primeiros números da dita lista de espera, pois há sempre desistências, que infelizmente não foi o caso. Ainda fiquei um pouco ‘atravessado’ com os senhores da dita agência que nada me informaram a este respeito, mas nada havia a fazer e ali também não queria ficar. Assim, viajo naquele comboio apinhado durante cerca de 24 horas entre as portas de saída e as “belas” casas de banho. Posteriormente, ainda no comboio, quis comprar um bilhete de primeira classe, mas acabei por desistir pois não levava dinheiro suficiente. Pronto, nada a fazer... Dentro do que havia lá me desenrasquei, vindo a ter um lugar disponível já sobre a manhã... Imprevistos que acontecem com certa regularidade...

Entretanto, Amritsar vem a mostrar-se um local incrível. O famoso “Golden Temple” (“Templo de Ouro”) que não é só um nome simbólico, já que o templo central é adornado de puro ouro. Amritsar é o centro da religião Shik, onde se encontra o livro sagrado, e onde, permanentemente, se ouvem os cânticos sagrados acompanhados dos instrumentos tradicionais que nos embalam, naquela atmosfera mística (foto). Guru Nānak foi o fundador desta religião que apareceu como reacção ao Hinduísmo e Islamismo. Em Rishikesh, Swāmiji Dharmānanda descrevia assim esta religião: “O Shikismo não é propriamente outra religião, mas sim a condensação do melhor existente no Hinduísmo e no Islamismo, comparável à jóia na coroa”.
Por motivos históricos e após muitas perseguições e torturas veio a tornar-se numa espécie de religião militar, para puderem defender o território e praticar o seu culto. Talvez fruto da minha imaginação, não conseguia deixar de pensar nos templários. (§).. Pensamentos... Assim é um pouco desta atmosfera religiosa militar, onde se vêem os homens com as suas longas barbas, turbantes na cabeça e por vezes transportando a sua lança, prestarem a sua devoção naquele espaço. O local é de acolhimento e partilha. São servidas milhares de refeições gratuitamente num espírito de voluntariado. Realmente único.
  (... continua) 


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