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Mosteiro Budista
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324 Dias na Índia

de Rui Pereira

em 28 Dez 2007

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Voltava a encontrar-me na incerteza do caminho, devido à sempre instável situação de Caxemira (Kashmir), onde extremistas executam atentados bombistas, sendo esta questão sensível nas delicadas relações entre a Índia e o Paquistão. Tranquilizou-me o facto de falar com um viajante Indiano que acabara da chegar de lá, tal como as informações recolhidas no hotel. Foi num “Jeep partilhado” (“Share jeep”), meio de transporte usual nas montanhas, que chego a Srinagar. Todo aquele vale fértil transparece uma beleza incrível e com condições propícias ao estabelecimento de populações. Existem inclusive autores que apontam para a possibilidade de ter sido o local para onde terão ido as “tribos perdidas de Israel”, e apesar de não se conseguir perceber relações entre os nomes e os locais, nomes como “Trono de Salomão” ou um outro local que fala de Moisés, deixam sempre algo que pensar.
Venho a ficar nas famosas “house boat” (casa barco) num dos canais junto ao lago Dal que pertencia a uma família muçulmana. A insegurança que anteriormente me preocupava vem a transformar-se numa segurança incómoda. O presidente da Índia estava de visita a Srinagar transformando esta cidade num dos pontos mais seguros da Índia. A cidade fora “fechada”, onde só se viam carros militares e polícia. Nos pontos mais delicados existiam postos de segurança e todo o comércio foi encerrado. Em relação a esta questão da segurança, lembro-me de não acreditar no que os meus olhos viam, quando ao estar numa Mesquita, os militares se faziam acompanhar com as armas mesmo no interior do templo! Sim, surreal, mas era mesmo verdade; estava mesmo a ver bem.

A presença muçulmana em Srinagar é maioritária, deixando a sensação que nos transportamos para um país Islâmico; é ao som dos alto-falantes das Mesquitas que acordamos, ainda antes do nascer do Sol, para as primeiras orações do dia.
Srinagar era a capital de Verão Indiana no tempo do Império Mogol e são dessa época os belos jardins, onde a presença da água tem um destaque central. Um destes imperadores Mogois dizia, que «a haver paraíso na terra era mesmo ali, o vale de Caxemira».
Dois dias de autocarro são necessários para chegar a Leh, em Ladakh. Paragem em Kargil, onde cada passageiro procura o seu hotel para dormir, com hora de partida marcada para o dia seguinte, bem cedo por sinal. Ao meu lado, no autocarro estava um Japonês, com cerca de 60 anos ou até um pouco mais. Há já alguns meses que andava em viagem pela Ásia. Passámos parte da viagem a conversar, tinha uma série de teorias interessantes... Uma das descrições destas suas viagens atraiu-me especialmente: o monte Kailas, no Tibete. Ainda vejo as várias possibilidades de me deslocar até lá, mas vim a perceber que teria de ficar para mais tarde... Das poucas centenas de quilómetros que via no mapa, vi rapidamente a distância aumentar para milhares, pois não existem fronteiras abertas entre a Índia e China, sendo a passagem feita pelo Nepal ou Paquistão, o que não fica propriamente no caminho. Esta questão das relações entre estes dois países é algo muito delicado. Vê-se uma significativa presença militar no Norte da Índia, que se intensifica nesta única ligação entre Srinagar e Leh. Estas frágeis linhas fronteiriças são circundadas por um perímetro de segurança de vários quilómetros, só para militares e populações locais. Era com surpresa que via no mapa Indiano áreas assinaladas como fazendo parte da Índia, mas na realidade controladas pelos Chineses.
Quando chego a Ladak voltei a ficar com a sensação de que acabava de chegar a outro país; as pessoas eram diferentes, a arquitectura, a paisagem, a língua... Tudo era diferente, incluindo a curiosidade de ali haver burros, em vez das tradicionais vacas a vaguearem livremente pelas ruas de Leh.

A própria presença de turistas Ocidentais surpreendeu pela quantidade.
Toda a cultura é Budista e é facilmente reconhecida a ligação ancestral com o Tibete. Leh estivera durante milhares de anos nas rotas (§) das caravanas. Por aqui passava a famosa rota da seda, que seguia para a Ásia Central, pelo Nubra Valley.
  (... continua) 


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