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As Quatro Nobres Verdades

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2008

  (...anterior) Em vez disso, estamos a reflectir “É desta forma; é assim que nos sentimos quando nos queremos ver livres de algo; eu tenho de conquistar a minha ira; tenho de matar o Diabo e ver-me livre do meu egoísmo, aí eu serei...” Podemos observar por esta corrente de pensamentos que, querer ser e querer vermo-nos livres estão bastante associados.
Porém, convém ter em mente que estas três categorias de kama taṇhā, bhava taṇhā e vibhava taṇhā são apenas convenientes métodos para contemplarmos o desejo. Elas não são formas de desejo totalmente diferentes mas sim diferentes aspectos do mesmo.
A segunda revelação da Segunda Nobre Verdade é: “O desejo deve ser abandonado”. É assim que o abandonar surge na nossa prática. Surge a revelação de que o desejo deve ser abandonado, mas essa revelação não é um desejo de se querer ver livre de nada. Se não se for suficientemente sensato e se não se estiver a reflectir, tem-se a tendência a seguir o “eu quero ver-me livre de..., quero libertar-me de todos os meus desejos”, porém, isto é apenas outro desejo. No entanto, pode-se reflectir nele; pode-se observar o desejo de se querer libertar do desejo de querer ser ou do desejo de prazeres sensoriais. Compreendendo estes três tipos de desejo, pode-se deixá-los.
A Segunda Nobre Verdade não vos pede que pensem, “Eu tenho muitos desejos sensoriais”, ou “Sou mesmo ambicioso. Sou todo bhava taṇhā mais, mais, mais!” ou, “Sou um verdadeiro niilista. Só quero desaparecer. Sou um verdadeiro fanático do vibhava taṇhā”. A Segunda Nobre Verdade não é nada disso. Não se trata de forma alguma de identificação com os desejos, mas sim, do reconhecimento desses desejos.
Costumava perder bastante tempo a observar o quanto da minha prática era desejo de ser algo. Por exemplo, quanto das boas intenções da minha prática de meditação como monge eram para que gostassem de mim, quanto do meu relacionamento com os outros monges ou monjas ou, com as pessoas leigas, tinha a ver com o desejo de ser apreciado e respeitado. Isto é bhava taṇhā, desejo de ter elogios e sucesso. Como monges, temos este bhava taṇhā; o querer que as pessoas percebam tudo e que apreciem o Dhamma, até estes subtis, quase nobres desejos são bhava taṇhā.
Depois temos vibhava taṇhā na vida espiritual, que pode parecer muito virtuoso: “Eu quero ver-me livre, aniquilar e exterminar estas contaminações da mente”. De facto, dava comigo a pensar, “Eu quero ver-me livre dos desejos. Quero ver-me livre da raiva. Nunca mais quero ter medo ou inveja. Eu quero ser corajoso. Eu quero ter alegria e felicidade no meu coração”.
Esta prática do Dhamma, não é para nos odiarmos por termos tais pensamentos mas, para observar claramente que estes são condicionados pela mente. Eles são impermanentes. O desejo não é aquilo que somos, mas a forma como reagimos devido à nossa ignorância, quando ainda não compreendemos estas Quatro Nobre Verdades nos seus três aspectos. Temos tendência para reagir desta maneira e estas são reacções normais devido à ignorância.
Contudo, não necessitamos de continuar a sofrer, não somos necessariamente vítimas desesperadas do desejo. Podemos deixar o desejo ser da forma que é, e assim, começarmos a libertarmo-nos dele. O desejo só nos ilude e tem poder sobre nós, enquanto o agarramos, acreditamos e a ele reagimos.

Apego é sofrimento

Normalmente comparamos sofrimento com sentimento, mas sentimento não é sofrimento. É o apego ao desejo que é sofrimento. O desejo não causa sofrimento, a causa do sofrimento é o apego ao desejo. Esta declaração serve para reflexão e contemplação em termos da experiência de cada um.
Têm mesmo que investigar e conhecer verdadeiramente o desejo. Têm de saber o que é, e o que não é natural e necessário para sobreviver. Podemos tornar-nos muito idealistas e pensar que até a necessidade de alimento é um tipo de desejo que não deveríamos ter, podemos tornar-nos bastante ridículos por causa disso.
  (... continua) 


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