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As Quatro Nobres Verdades

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2008

  (...anterior) » e o Buddha (§) responde: «Eu sou o perfeitamente iluminado, o Arahant, o Buddha».
Gosto de considerar este como sendo o seu primeiro sermão. Foi um fracasso porque o homem que o ouviu, pensou que o Buddha tivesse praticado demais e se estivesse a sobrevalorizar. Se alguém nos dissesse estas palavras, tenho a certeza que reagiríamos da mesma forma. O que é que fariam se eu dissesse, «Eu sou o perfeitamente iluminado?».
Na verdade, a declaração do Buddha foi um ensinamento muito correcto e preciso. É o ensinamento perfeito, mas nós somos incapazes de o compreender, devido a pensar e a interpretar erroneamente, que uma afirmação como esta provém do ego, já que as pessoas entendem tudo sobre o ponto de vista dos seus próprios egos. «Eu sou o perfeitamente iluminado» pode soar como uma declaração egóica, mas não é na verdade puramente transcendental? Esta declaração: «Eu, o Buddha, o perfeitamente iluminado», é interessante para reflectir, porque liga o uso de “Eu sou” com realizações e conquistas supremas. De qualquer forma, o resultado do primeiro ensinamento do Buddha, foi que o ouvinte nada conseguiu compreender e continuou no seu caminho.
Mais tarde, o Buddha encontrou os seus antigos companheiros no Parque dos Veados, em Varanāsi. Os cinco eram sinceramente dedicados ao ascetismo severo. Eles tinham ficado desiludidos com o Buddha, pois pensavam que ele já não era sincero na sua prática, uma vez que, antes da sua iluminação, tinha começado a perceber que o ascetismo austero não conduzia ao estado de iluminação e assim deixou esta prática. Os cinco amigos pensaram que era desleixo - talvez o tenham visto a comer arroz de leite, o que hoje em dia, pode ser comparado a comer um gelado. Se fossem ascetas e vissem um monge a comer gelado talvez perdessem a fé nele, por pensarem que os monges só devem comer sopa de urtigas.
Se gostassem mesmo de ascetismo e me vissem a comer uma taça de gelado, deixariam de ter fé em Ajahn Sumedho. É assim que funciona a mente humana; prefere admirar grandes feitos de auto-flagelação e renúncia.
Quando os cinco amigos e discípulos perderam a fé no Buddha, deixaram-no – o que lhe deu a oportunidade de se sentar debaixo da árvore Bodhi para alcançar a iluminação.
Mais tarde, quando encontraram o Buddha no Parque dos Veados em Varanāsi, pensaram, «Sabemos bem como ele é. Não vale a pena ligar-lhe». Mas quando o Buddha se aproximou, todos sentiram que havia nele algo especial. Levantaram-se para lhe dar lugar e ele então proferiu o sermão das Quatro Nobres Verdades.
Desta vez, em vez de dizer «Eu sou o iluminado», ele disse: «Existe sofrimento. Existe a origem do sofrimento. Existe a cessação do sofrimento. Existe o caminho para abandonar o sofrimento». Apresentado desta forma, o seu ensinamento não necessita de aceitação ou rejeição. Se ele tivesse dito «Eu sou o todo iluminado», seríamos forçados a concordar, a discordar ou até ficarmos confusos. Não saberíamos bem como interpretar tal afirmação. No entanto, dizendo: «Existe sofrimento, existe uma causa, existe um fim para sofrimento e existe o caminho para abandonar o sofrimento», ele ofereceu algo para reflexão: «O que é que se quer dizer com isto? O que é que se quer dizer com sofrimento, a sua origem, a cessação e o caminho?».
Assim começamos a observar, a pensar. Com a afirmação: «Eu sou o todo iluminado», talvez apenas discutíssemos: “Será que ele é realmente iluminado?...» «Eu penso que não» – não estamos preparados para um ensinamento tão directo. Obviamente, o primeiro sermão do Buddha falhou porque foi transmitido a alguém que ainda tinha bastante poeira nos olhos. Assim, na segunda oportunidade, ele proferiu o sermão das Quatro Nobres Verdades.

◊ ◊ ◊

As Quatro Nobres Verdades são: existe sofrimento, existe uma causa ou origem para o sofrimento, existe a cessação do sofrimento e existe um caminho para abandonar o sofrimento, que é o Óctuplo Caminho.
  (... continua) 


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