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As Quatro Nobres Verdades

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2008

  (...anterior)

O Caminho Óctuplo como ensinamento reflectivo

Neste Caminho Óctuplo, os oito elementos são como oito pernas a suportar-nos. Não é como: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 numa escala linear; é mais como um trabalho em grupo. Não é que primeiro desenvolvam paññā e só depois quando há paññā, se desenvolve o sīla; e uma vez que o vosso sīla esteja desenvolvido, adquirem o samādhi. É assim que pensamos, não é? “Obtém-se o um, depois o dois e depois o três”. Como realização propriamente dita, desenvolver o Caminho Óctuplo é uma experiência num momento. Todas as partes trabalham em conjunto para o seu desenvolvimento; não é um processo linear, podemos pensar que assim é porque só podemos ter um pensamento de cada vez.
Tudo o que disse acerca do Caminho Óctuplo e das Quatro Nobres Verdades é apenas uma reflexão. O que é verdadeiramente importante é que realmente percebam o que estou a fazer quando reflicto, em vez de se apegarem àquilo que estou a dizer. É um processo de trazer o Caminho Óctuplo à mente, usando-o como ensinamento reflexivo para que possam considerar o que realmente significa. Não pensem que o compreendem apenas porque sabem explicar, “Sammā ditthi significa Entendimento Correcto, Sammā sankappa significa Pensamento Correcto”. Isto é entendimento intelectual. Alguém pode dizer, “Não, eu penso que sammā sankappa significa...” e alguém responde, “Não, no livro diz Pensamento Correcto. Tu estás errado”. Isso não é reflexão.
Podemos traduzir sammā sankappa como Pensamento Correcto ou Atitude ou Intenção; experimentamos diferentes significados. Podemos utilizá-los como ferramentas para a contemplação, em vez de pensarmos que são absolutamente fixos, e que temos de os aceitar num estilo ortodoxo; qualquer tipo de variação da interpretação exacta é heresia. Por vezes as nossas mentes pensam dessa forma rígida, mas estamos a tentar transcender essa maneira de pensar, desenvolvendo uma mente que se move, observando, investigando, considerando, questionando e reflectindo.
Estou a tentar encorajar cada um de vós a serem suficientemente corajosos, para sensatamente, considerarem como as coisas são, em vez de terem alguém a dizer-vos se estão ou não preparados para a iluminação. Na realidade, o ensinamento budista fala-nos sobre ser-se iluminado, aqui e agora, ao invés de se fazer algo para nos tornarmos iluminados. A ideia de que se tem de fazer algo para se atingir a iluminação só pode ter origem no entendimento incorrecto. Dessa forma, a iluminação é apenas mais uma condição dependente de outra, o que não é realmente iluminação. É somente uma percepção da iluminação. Todavia, não estou a falar de nenhum tipo de percepção mas como estarmos alerta à forma como as coisas são. O momento presente é a única coisa que realmente podemos observar: ainda não podemos observar o amanhã, e o ontem é só uma memória. Mas a prática budista é muito directa, aqui e agora, olhando para as coisas como elas são.
Ora bem, como é que fazemos isso? Primeiro temos de olhar para as nossas dúvidas e medos, pois tornamo-nos tão apegados às nossas opiniões que as mesmas nos levam a duvidar sobre o que estamos a fazer. Alguém pode desenvolver uma falsa confiança e acreditar que é iluminado, mas acreditar que é ou não é iluminado, é tudo ilusão.
Aquilo que estou a indicar é ser iluminado em vez de apenas acreditarmos que somos iluminados, e para isso temos de nos abrir às coisas tal como elas são.
Começamos com as coisas como elas são neste preciso momento, tal como a respiração do nosso próprio corpo. O que é que isso tem a ver com a Verdade, com a iluminação? Será que observar a minha respiração significa que sou iluminado? Mas quanto mais quiserem pensar sobre isso e para perceberem o que é, mais incertos e inseguros se sentirão.
Tudo o que podemos fazer nesta forma física é abandonar a ilusão. Essa é a prática das Quatro Nobres Verdades e o desenvolvimento do Óctuplo Caminho.
  (... continua) 


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