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Mandalas (Maṇḍalas)

de Pedro Teixeira da Mota

em 14 Jul 2010

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No Islão vemos os maṇḍalas não só geométricos, em azulejos, abóbadas e nichos de oração, mas também frequentemente com alguns dos 99 Nomes de Deus traçados em finas caligrafias nas mesquitas e livros. E vemo-los ainda presentes nos inúmeros amuletos ou desenhos simbólicos e protectores de que as pessoas se revestem ou rodeiam.
No Budismo encontramos os maṇḍalas, muito desenvolvidos, em especial na linha himalaica e tibetana do Vājrayāna, especialmente nas pinturas ou thankas (mas também feitos na impermanente areia colorida), com as quatro portas ou direcções, por onde se entra e se assimilam meditativamente as qualidades de cada um desses níveis ou estados, para se chegar a uma iluminação, à extinção da ignorância egoísta e separativa, ao estado ou ao contacto com Aquilo ou Aquele de que nada se diz, o Nirvāṇa.

Mas também os encontramos nas rosas-dos-ventos desenhadas e utilizadas pelos portugueses nos Descobrimentos, traçadas e descritas por exemplo pelo navegador e humanista D. João de Castro. Ou muito antes nos mapas astrológicos, desde os tempos da Babilónia e de Roma e chegando até aos nossos dias, com os doze meses, os doze signos, centralizados pelos quatro elementos e pelas quatro estações, onde brilha o sol, símbolo também do espírito e de Deus.

No fundo, todo o universo é um grande maṇḍala, o que os Gregos chamaram um Kosmos, ou seja, um todo ordenado e ornamentado, através de leis, fórmulas e formas geométricas paradigmáticas ou arquétipos, ou seja, que estão por detrás da cristalização dos minerais, no desabrochar das flores, nos padrões do ADN humano e animal, e que a ciência, com a sua tecnologia cada vez mais apurada ou infinitesimal, vai revelando no universo ou macrocosmos, ou então no pequeno universo, o microcosmos, o ser humano, sem contudo conseguir chegar aos níveis mais elevados que exigem o despertar espiritual da pessoa em si mesma, mas mesmo assim confirmando ou desvendando tantas harmonias às quais devemos estar mais atentos nos nossos adornos, gestos, actos, percepções e intenções.

No século XX, o psicólogo Carl Gustav Jung, através da observação dos sonhos e das visões dos seus pacientes e de si próprio (dos quais nos deixou belos desenhos mandálicos), confirmou a existência e o funcionamento dos maṇḍalas no inconsciente das pessoas e como eles podiam tanto mostrar ou revelar o que se passava no mundo psíquico como também ser instrumentos de cura, ao serem contemplados e compreendidos mais profundamente.
Outro estudioso dos nossos tempos foi o orientalista Giuseppe Tuci, um italiano que lhes dedicou a sua vida, em especial aos do Tibete. E nos nossos dias o japonês Massaro Emoto revelou no livro As mensagens da água, como esta é afectada, nas suas cristalizações mais ou menos mandálicas, não só pela pureza das suas fontes como pelos nossos próprios pensamentos e sentimentos.

Assim, certamente, ao fazer-se, tecer-se, cozer-se, desenhar-se ou escolher-se o seu próprio maṇḍala está-se a participar num acto cósmico e sagrado, no qual se faz confluir num objecto energias ou as bênçãos dos seres que se invocam e que potencializam o recriarmo-nos ou centrarmo-nos através do que se representa, geralmente num desenho com quatro entradas ou portas, conforme as quatro direcções do espaço e convergindo para o centro, aí onde o nosso ser essencial se invoca e revela e o divino começa a brilhar.

Na utilização ou contemplação de um maṇḍala espelha-se para dentro de nós próprios a harmonia do cosmos, de certas qualidades ou seres, ou da Divindade. E, portanto quando contemplamos mais demoradamente os nossos maṇḍalas, as formas geométricas e coloridas preferidas, certamente receberemos ensinamentos e forças harmonizadoras tanto para as conexões dos neurónios e da memória, como para a aura e para o nosso corpo espiritual, ou para o corpo místico da humanidade...
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