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Modo de Orar a Deus

de Erasmo

em 20 Jan 2009

  (...anterior) Na península Ibérica surgirá, embora só em 1546, uma impressão espanhola na tipografia sevilhana de Andrés de Burgos, intitulada Tratado de la oracion y forma que todo christiano deve seguir, pois de facto a península estava muito desperta para a experiência da oração tanto vocal como interior e mística, nomeadamente pelas influências mais remotas do sufismo (o sadili) e mais próximas dos franciscanos (tal como Francisco de Ossuna e o seu Abecedario), dos recolhidos e dos alumbrados (ou
dejados, abandonados ao amor de Deus) e do movimento de retorno às fontes bíblicas, fortalecido pela acção do cardeal Francisco Jiménes de Cisneros (1436-1517): confessor da rainha humanista Isabel a Católica, arcebispo de Toledo, impulsionador de uma religiosidade mais esclarecida e espiritual (embora pouco aberto à islâmica, da qual fez queimar muitos livros), reformador das ordens religiosas, patrocinador de vários livros de contemplação, fundador (1ª pedra, 1498; 1ª aula, 1508) da Universidade de Alcalá de Henares (Complutum), e director da pioneira tradução da Bíblia, a Poliglota Complutense, em oito grandes volumes, ali realizada entre 1514 e 1517, embora só impressa em 1520, já depois do Novum Instrumentum, de Erasmo, vir à luz na tipografia “rival” de Froben...

Para além disso, preparando-se o príncipe Carlos para se tornar o imperador do Sacro Império Romano (de origem alemã e unindo cerca de 300 estados da França à Polónia, governados sobretudo por sete príncipes eleitores), rei de Castela (pela morte da rainha Isabel I, e da sua filha Joana, a Louca, casada com seu pai Filipe, o Belo, de Borgonha) e de Aragão (pela morte de Fernando II de Aragão, o marido de Isabel, que não teve filhos do seu segundo casamento), e sendo Erasmo um dos seus conselheiros, havia mais receptividade aos seus livros, pelo que logo em 1516, ainda ao tempo do cardeal Cisneros saía em Sevilha a primeira tradução, por Diego de Alcocer, secretário do príncipe, de uma obra de Erasmo, o Tratado ó sermon del Niño Jesús y en loor del estado de la Niñez. E, em 1517, o cardeal Cisneros, que exercia então o cargo de regente de Espanha, até à chegada do príncipe Carlos em Setembro, convidaria por mais de uma vez a vir até Espanha Erasmo que, embora não vindo, viu serem editadas ou
traduzidas muitas das suas obras (vinte e três edições entre 1516 e 1527).

A fortuna pública deste Modo de Orar a Deus, ainda que grande pelo número das sucessivas reimpressões, encontrou contudo uma má madrasta pelo caminho, a oposição da Universidade parisiense, a Sorbonne, naquela época dominada pelos teólogos, uma «caverna de bandidos», reduto de alguns fanáticos da escolástica, «formados no ódio às boas letras e à tranquilidade pública», inimigos constantes da livre investigação e divulgação do ensinamento de Cristo e, portanto, de Erasmo, sendo os principais nos «furores», Noël Béda, o chefe da censura durante quinze anos, e Pierre Cousturier (ou Sutor), retratados ironicamente por Erasmo nos colóquios Sínodo dos gramáticos e Refeição de peixe. Como já tinham encontrado mais de cem proposições condenáveis no
seu Novo Testamento anotado e nas Paráfrases aos Evangelhos(nomeadamente,
o querer traduzir as santas Escrituras em todas as línguas...), também teria de ser atalhada ou dificultada a nova incursão de Erasmo na messe do Senhor, baseada num ardente sentido de justiça e de piedade e num rigor da exegese filológica e conceptual dos textos sagrados, ensinando todos os cristãos a orarem de modo sábio, consciente e livre, e apelando, justificadamente, a tornarem-se mesmo profetas e sacerdotes pelo ungimento do Espírito e, portanto, verdadeiros adoradores de Deus em espírito e em verdade. Em 1526 e 1527 surgem as primeiras censuras parisienses, às quais Erasmo responde, quer justificando-se quer demonstrando a ignorância ou o facciosismo de Sutor e Béda. Em Valladolid, em 1527, reúne-se mesmo uma assembleia de teólogos convocados pelo benigno Inquisidor Geral Alonso Manriques para debaterem essas proposições ou doutrinas duvidosas, encontradas, segundo alguns frades e teólogos, tanto no Novo Testamento como no Modo de Orar a Deus, encontro que descreveremos mais à frente. Regressado a Paris, um desses opositores de Erasmo, o teólogo “sorbónico” Diogo de Gouveia, escreverá algo arrogantemente ao rei D.
  (... continua) 
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