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O Ensinamento do Buddha

de Edmond Székeley

em 31 Jan 2009

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A segunda parte menos compreendida do Budismo é a doutrina do Nirvāṇa. Na Europa o Nirvāṇa é interpretado como sendo nada. Isto é o segundo grande erro. As palavras que causaram este erro são as seguintes. Quando perguntaram ao Buddha (§): “O que é o Nirvāṇa?” ele respondeu: “Nirvāṇa é não-existência e nem existência.” Mas que Nirvāṇa que não sendo existência nem não-existência não pode explicar o Nirvāṇa, pois que também existe um retorno e reflexo de todas as coisas que é “Samsāra”. Tudo o que é criado aparece, desaparece e morre, mas existe algo que nunca apareceu, que nunca foi criado, que nunca desaparecerá e que nunca morrerá e isso é Nirvāṇa. Estas parecem ser verdades bastante obscuras para os ouvidos ocidentais – e muito naturalmente, sobre algo que nunca teve um início e que nunca terá um fim; aparenta ser um princípio metafísico muito estranho. Por outro lado o Nirvāṇa não é só isto, mas segundo o Buddha, é um estado de espírito. Nirvāṇa é usado com sentido duplo. Este estado de espírito é um estado consciente em que o indivíduo estabeleceu contacto com aquilo que nunca foi criado e que nunca desaparecerá. Este estado de consciência não é um princípio, uma teoria, mas vida intensa. E é por essa razão que nunca poderá ser compreendido se o abordarmos através de fórmulas filológicas ou filosóficas.

O terceiro erro fundamental no ocidente com respeito ao Budismo refere-se à reencarnação. Na generalidade, as palavras do Buddha são interpretadas no sentido de que existe uma individualidade que morre e renasce em forma de animais, de homens ou em várias formas superiores de consciência. O Buddha disse isto? Sim e não. Quando perguntaram ao Buddha se a nossa individualidade sobrevivia depois da morte, ou se retornamos algumas vezes aqui a esta vida e se somos os mesmos nas nossas futuras formas de vida, o Buddha respondeu apresentando uma alegoria da natureza. “Se tiverdes dez tochas das quais a primeira é acendida, e subsequentemente a segunda é acendida pela primeira, a terceira pela segunda, a quarta pela terceira e por aí adiante até à décima, será a chama da décima tocha a mesma que a primeira?” O que é que se poderá responder? Sim e não.

O Budismo é uma noção dinâmica da vida e da existência, sem formas definitivas estáticas, rígidas ou fixas. Não há nada de definitivo nem rígido, existe circulação eterna de tudo o que existe, e a individualidade está também sujeita a esta mudança dinâmica constante. A noção fundamental do Buddha jaz precisamente nisto, que a individualidade, a separação de uma parte da vida da vida universal, é somente ilusão. A individualidade é a ilusão e a decepção superficial dos nossos sentidos, pois que só uma unidade dinâmica de existência sem fim nem limites existe. Tudo o que existe não existe, mas aparece e desaparece. Existem surgimentos e desaparecimentos dinâmicos eternos. Assim é também com a individualidade na forma como é compreendida na Europa, que pelo Buddha é negada e considerada como ilusão. Portanto, ele não podia ensinar que aquilo que ele nega e declara como ilusão, seja algo de constante.

Vejamos mais de perto a noção de Nirvāṇa. O que é que de acordo com as ciências contemporâneas poder-se-á afirmar que nunca começou e nunca desaparecerá? Sabemos pelas mais recentes pesquisas de Jeans, Millikan e Einstein (§) que a matéria tem uma origem. Sabemos que em várias partes do espaço cósmico existem novas nebulosas cósmicas e sistemas solares em formação. Da mesma forma sabemos que em várias partes do ilimitado espaço cósmico, existem vários sistemas planetários em processo de desaparecimento, irradiando diversas radiações cósmicas, aonde a matéria está a ser transformada em radiações. Portanto podemos ver que não é possível procurarmos aquilo que nunca aparece e que nunca desaparecerá em qualquer sistema solar ou planeta.
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