Homepage
Spiritus Site
Início A Fundação Contactos Mapa do Site
Introdução
Sistemas Religiosos e Filosóficos
Agenda
Notícias
Loja
Directório
Pesquisa
Marco Histórico §
Guia de Sânscrito
NEW: English Texts
Religião e Filosofia
Saúde
Literatura Espiritual
Meditação
Arte
Vários temas
Mosteiro Budista
pág. 12 de 18
Portugal – Que missão!

de Eurico Ribeiro

em 13 Abr 2009

  (...anterior) A sua função era de elemento agregador de todo um povo à volta de um desígnio, cujo objectivo seria como foi a elevação das consciências individuais no plano acima do físico ou tangível conhecido por plano espiritual do domínio do Sagrado. Eram as festas do Senhor Santo Cristo e do Espírito Santo, cujas implicações advinham do pensamento joaquinista das Três Idades do Mundo. Este é um exemplo funcional que deu provas como já vimos na expansão de Portugal nos Descobrimentos.

Voltando à actualidade, verifica-se que o problema principal da crise de valores deste tempo, advém da descida da grande maioria da população – em especial daquela que tem a responsabilidade da condução dos destinos dos outros – aos planos inferiores da existência, o lado Humano cedeu terreno ao lado animal mais abjecto. Matámos o Sagrado, potenciamos os instintos, as paixões e os vícios que são um abuso desses instintos, e descemos ao nível animal através do liberalismo selvagem que sucedeu ao exagero da presunção dos direitos de indivíduos não elevados interiormente e por isso incapazes de serem de facto líderes, se olharmos para o princípio de dever e de auto-sacrifício que a liderança obriga.
É sabido que o poder muda o indivíduo de tal forma que se este não tiver uma forte constituição autónoma ao nível dos valores e dos princípios, muito acima dos seus interesses pessoais, das suas paixões e vícios por mais indeléveis que sejam (quando esse poder ainda não é efectivo), quando ele tiver que exercer esse poder, ele será totalmente controlado não por um indivíduo consciente e sóbrio, mas por estes instintos que distorcerão por completo a equidade e a justiça a favor dessas mesmas paixões e desses mesmos vícios que irá satisfazer a todo o custo. Desta forma a força destruidora será da ordem de grandeza dos números que estiverem nas suas mãos. Para indivíduos de baixa formação moral e de valores, o liberalismo, ou ainda a versão mais ortodoxa do neo-liberalismo foi o argumento há muito esperado para lhes legitimar todos os actos. Para muitos deles ser criminoso é tão só ser-se apanhado! O que equivale nessa visão redutora e relativista à definição de criminoso como ser perdedor, manifestamente inferior, logo justamente condenado ao desaparecimento. É darwinismo puro, só os melhores é que sobrevivem e o mesmo se passa com as organizações empresariais que dirigem!
Curioso é verificar que por muito que o Homem se ache evoluído e emancipado continua no fundo irremediavelmente tão preso como sempre às amarras das Leis Naturais…
Neste paradigma é certo que não há solução, que não seja o conflito nesse plano da existência. Iremos assistir ao agudizar dos problemas que se sucederão do seguinte modo e à medida que se gorarem todos os paliativos: da referida queda dos valores e do Sagrado passaremos à crise económico-financeira, que provocará o desencadear de uma crise social, que levará a uma crise política e cuja incapacidade para a resolver, levará por último a problemas de segurança da ordem pública, desencadeando uma crise militar. Nessa altura teremos a violência e a guerra como sempre houve nos finais dos ciclos civilizacionais (vide as crónicas da decadência do Império Romano, cujas semelhanças no tecido social actual são por demais evidentes às que se verificaram nesse tempo).
Deste modo penso que a restauração do Sagrado em cada um de nós com a aplicação prática de harmonização com as Leis Naturais ou Divinas será a única saída descrita por Vieira numa linguagem ecuménica própria de há 400 anos, mas de renovada actualidade. A classe política dirigente tem a responsabilidade de ter percepção desta realidade e de criar antecipadamente os argumentos necessários para articular com o povo que governa o conceito do Sagrado numa época em que ele foi completamente anulado nas nossas sociedades.
  (... continua) 


[Pág. Anterior]  1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18  [Pág. Seguinte]
topo
questões ao autor sugerir imprimir pesquisa
 
 
Flor de Lótus
Copyright © 2004-2024, Fundação Maitreya ® Todos os direitos reservados.
Consulte os Termos de Utilização do Spiritus Site ®