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Mosteiro Budista
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História da Tradição da Floresta

de Bhikkhu Dhammiko

em 03 Jan 2011

  (...anterior) Encontram entretanto alguns Mosteiros e mestres da Floresta, com os quais passam temporadas, assimilando os seus ensinamentos e praticando a meditação.
Foi durante a sua estadia no Mosteiro de Wat Kow Wongkot, que pela primeira vez Ajahn Chah ouviu falar em Ajahn Mun, o monge que se viria a tornar uma figura legendária em toda a Tailândia, e o mais reverenciado da sua geração. Um leigo informa-o então de que Ajahn Mun, após ter estado dez anos retirado no norte, tinha regressado a Isahn, com um largo grupo de monges, estabelecendo-se nas montanhas de Sakon Nakon. É então que Ajahn Chah decide visitá-lo.
Num momento crítico, em que dúvidas inundavam o seu propósito monástico, este foi o encontro crucial que marcou profunda e significativamente Ajahn Chah até ao fim da sua vida. Assim que entraram no mosteiro de Ajahn Mun, Ajahn Chah foi imediatamente invadido pela atmosfera tranquila e discreta. Havia algo no mosteiro como em nenhum outro – o silêncio estava curiosamente carregado de vibração.

Depois de prestarem os devidos respeitos, entre várias perguntas, Ajahn Mun perguntou se eles tinham alguma dúvida em relação à prática. Ajahn Chah respondeu afirmativamente, manifestando o seu desalento com o estudo dos textos da disciplina que parecia ser demasiado pormenorizado para ser praticado: parecia não ser possível manter todas as regras. Qual deveria ser a norma a seguir? Ajahn Mun aconselhou-o como princípio básico a seguir os “Dois Guardiões do Mundo”: hiri (um certo sentido de vergonha) e ottappa (medo inteligente das consequências). Na presença dessas duas virtudes, Ele disse, tudo o resto se seguiria. Depois, discursou sobre o treino das três categorias do caminho óctuplo para o aperfeiçoamento: sila (moralidade), sādhana (concentração) e paññā (saber); e sobre as quatro Estradas para o Sucesso e os cinco Poderes Espirituais. Com uma autoridade exímia, discursou sobre a “forma como as coisas realmente são” e o caminho para a libertação. Ajahn Chah ficou em perfeito êxtase.
Mais tarde, Ajahn Chah disse que apesar de ter passado um dia fatigante a caminhar, ao ouvir Ajahn Mun discursar, todo o enfado desapareceu, a sua mente ficou clara, serena, sentindo-se leve. Ao segundo dia, Ajahn Mun deu mais ensinamentos e Ajahn Chah viu todas as suas dúvidas partirem com respeito à sua prática futura. Sentiu uma alegria e um êxtase no Dhamma com nunca antes. Agora o que lhe restava era pôr em prática o seu conhecimento. Sem dúvida, um dos ensinamentos que mais o inspirou desses dois serões, foi a instrução para se tornar a si próprio Sikkhibhuto, isto é - “Testemunha da Verdade”. Mas a explicação mais esclarecedora, que lhe deu o suporte necessário para a prática que até aí lhe tinha escapado, foi a distinção entre a mente ela mesma e todos os estados transitórios que aparecem e desaparecem dentro dela. Ajahn Mun disse que são meros estados. Ao não se compreender este ponto, tomamo-los como reais, identificando-os com a própria mente. Na realidade são só estados transitórios.

Ao terceiro dia, Ajahn Chah prestou respeitos e partiu com o coração cheio de uma inspiração de ouro, que jamais o haveria de deixar até ao fim da sua vida.
Em 1954, Ajahn Chah regressa à província de Ubon. Aí é convidado a instalar-se numa densa floresta perto da sua terra natal, Bahn Gor. Esta floresta inabitada e conhecida como lugar de cobras, tigres e fantasmas, que nas suas palavras, era o lugar ideal para um monge da floresta. À medida que mais discípulos se reuniram à sua volta, estabeleceu-se o Mosteiro conhecido em seu nome, Wat Pah Pong.
Mantendo o código inspirado por Ajahn Mun e o espírito da Floresta, Ajahn Chah, com o seu estilo próprio de ensinamento simples, claro e austero, aliou uma característica fundamental à Tradição Kammatthāna da Floresta. Precisamente, um espírito de comunidade e prática de grupo mais firme, promovendo um contacto mais próximo com a população e inclusivamente com o estrangeiro. Esta vem a ser a sua mais distinta contribuição à Tradição.
  (... continua) 
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