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A Sabedoria do Intelecto e o Caminho Mítico

de Arthur Shaker

em 27 Set 2010

  (...anterior) E quando o homem ativa esse intelecto, nada mais é que a porção de Deus que conhece a si mesmo, a intuição intelectiva que é imediata. Ao final, me perguntava que correção eu faria a esta explicação.

Quando surge uma pergunta, ao invés de corrermos atrás da resposta (eis de novo o corre-corre impulsivo da mente), pode ser mais frutífero examinarmos, em primeiro lugar, a operação mental que está ocorrendo. É a razão querendo uma definição para aquilo que escapa de seu campo. Definir é dar um fim, é fechar, aprisionar num contorno definitivo, algo que é muito sutil: o intelecto. E o que é sutil, o que é uma qualidade eminentemente divina, não é definível. Podemos no máximo oferecer apoios, upayas, que ajudem a intuição a emergir. Por isso relaxemos a ansiedade da definição na mente.

Tomemos como apoio o símbolo da Roda, tão importante em muitas tradições, como o Hinduísmo e o Budismo.

Quem está em um ponto de um raio do círculo, vê as coisas segundo uma perspectiva; quem está em outro vê de outro ângulo. Como se diz, todo ponto de vista é uma vista, vista de um ponto. Portanto, sempre relativo, parcial e sujeito a falhas, distorções, preferências. Em outras palavras, a razão, ratio, proporção, lida com a distinção, a dualidade, a diversidade. Vê as coisas de modo fragmentado. A razão é apenas uma das faculdades mentais cognitivas. A razão opera no plano da dualidade, que busca uma síntese, que por ser parcial, reabre nova dualidade, no movimento dialético de superações. Mas pelo pensamento, nunca se chega ao conhecimento supremo, em virtude desse caráter limitado do pensamento. Retomando o sentido do “vigiar”, a reflexão sobre nossas intenções tem sua função, mas ela se dá “a partir” do que já foi desencadeado, quase que a posteriori. Há de haver um significado mais profundo, e mais eficaz, portanto, do “vigiar”.

Voltemos ao apoio do simbolismo da Roda. Quem está no Centro da Roda vê todos os raios simultaneamente, pois todos os raios têm seu fundamento nesse centro, é dele que os raios partem. O Intelecto, em seu sentido mais profundo, é essa qualidade central da Sabedoria “que tudo vê”. Enquanto a razão é uma operação cognitiva secundária, o intelecto - que aqui pode ser tomado como sinônimo de Sabedoria, intuição que capta unitivamente o que a razão compreende distintivamente - se aloja na Centralidade e capta a unidade, a síntese. No Budismo, é a Plena Atenção (sati) que é o principal fator mental para a Sabedoria (pañña). A plena atenção vigia, mas aqui vigiar não é apenas estar atento ao que surge na mente, mas desenvolver a sabedoria de investigar os conteúdos que surgem, e se forem carregados de cobiça, ódio e ignorância, erradicá-los pela compreensão e desapego. Este é o significado que une as tradições: o caminho da realização espiritual é, em última instância, o da renúncia. Mas o significado mais profundo da renúncia é o da renúncia a estas impurezas que contaminam e dirigem a mente para a ilusão. Como dizia o Cristo, se o olho engana, melhor arrancá-lo que se perder por ele.

O caminho do Conhecimento deve partir do reconhecimento daquilo que confere a nós, seres humanos, um tesouro valiosíssimo: a inteligência, o Intelecto. Mas esta verdade não é nossa, no sentido de uma qualidade criada por nós, ou da qual sejamos “donos”. O intelecto é de origem transcendente, provém do Absoluto, está em todo lugar, no Cosmos e Supra-Cosmos. Mas também podemos dizer, com a devida cautela, que a inteligência é “nossa”, se entendermos com isso que usufruímos desta qualidade, que nos diferencia das outras espécies, em virtude da plenitude de nossa possibilidade participativa na inteligência. A inteligência ou o Intelecto utiliza do foco da luz que ilumina a nossa câmera para dirigir de modo sábio nossas intenções, que por sua vez dirigem nossas ações do corpo, da fala e da mente.

Podemos utilizar as Escrituras sagradas como de grande ajuda no lapidar de nossa mente.
  (... continua) 
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