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Mosteiro Budista
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Plena Atenção - 1º Parte

de Ajahn Sumedho

em 03 Jan 2011

  (...anterior) Nirvana - Morte do Buddha Através desta prática começamos eventualmente a experienciar uma mente calma e tornamo-nos tranquilos, pois estamos a eliminar todas as outras impressões que captamos através dos sentidos.
Os objectos usados para tranquilizar são tranquilizantes (nem valia a pena dizer!). Se quiserem excitar a mente vão para um sítio excitante, não vão para um mosteiro Budista, mas sim a uma discoteca!... Excitação é algo no qual é fácil concentrarmo-nos?! É uma vibração tão forte que nos atrai imediatamente. Se formos ao cinema e o filme for realmente empolgante ficamos fixados no ecrã. Não temos que fazer qualquer esforço para observar algo que é muito excitante, romântico ou repleto de aventuras. Mas, não estando acostumados, observar um objecto tranquilizador pode ser tremendamente enfadonho. Quando estamos habituados a coisas muito mais excitantes o que é que pode ser mais aborrecido do que ficarmos a observar a nossa própria respiração? Para o podermos fazer temos que “forçar” a nossa mente uma vez que a respiração não é interessante, romântica, cheia de aventuras ou cintilante – é simplesmente o que é. Por isso temos de nos esforçar pois não estamos a receber qualquer estímulo vindo do exterior.

Neste tipo de meditação não tentamos criar qualquer imagem, apenas concentramo-nos na sensação normal do nosso corpo tal como ele está no momento, mantendo a nossa atenção na respiração. Quando fazemos isto a respiração torna-se mais e mais refinada e nós acalmamos… conheço pessoas que prescreveram meditação samatha para a tensão arterial elevada pois acalma o coração.
Assim, esta é a prática da tranquilidade. Podemos escolher diferentes objectos para nos concentrarmos, mantendo a nossa atenção até sermos absorvidos ou tornarmo-nos um só com o objecto. Na realidade sente-se uma noção de unidade com o objecto no qual nos concentramos e isto é o que é chamado de absorção.
A outra prática é “vipassanā” ou meditação de insight. Com a meditação de insight abrimos a mente para tudo. Não escolhemos nenhum objecto em particular para nos concentrarmos ou absorvermos, mas ficamos simplesmente a observar de forma a compreendermos as coisas tal como são. E o que podemos observar ao ver “como as coisas são” é que toda a experiência sensorial é impermanente. Tudo o que vemos, ouvimos, cheiramos, saboreamos e tocamos; todas as condições mentais – os nossos sentimentos, memórias e pensamentos – são condições mentais em constante mudança, as quais surgem e cessam. Em vipassanā assumimos esta característica da impermanência (ou mudança) como uma forma de olhar para toda a experiência sensorial que podemos observar enquanto estamos aqui sentados.

Não se trata de uma mera atitude filosófica ou de uma crença numa teoria budista específica. A impermanência é para ser totalmente reconhecida no nosso interior através da abertura da mente à observação e consciencialização das coisas tal como elas são. Não é uma questão de análise, assumindo que as coisas deveriam ser de uma determinada forma e, quando não o são, tentar perceber porque é que é. Com a prática de insight não estamos nem a tentar analisar-nos, nem a tentar mudar algo de maneira a que isso se adeqúe aos nossos desejos. Nesta prática, observamos simplesmente que tudo aquilo que surge, seja mental ou físico, passa e desaparece.
Isto inclui os próprios órgãos dos sentidos, o objecto dos sentidos e a consciência que surge aquando do contacto com esses objectos. Existem também as condições mentais de gostar e de não gostar do que vemos, cheiramos, saboreamos, sentimos ou tocamos; os nomes que atribuímos e as ideias, palavras e conceitos que criamos à volta da experiência sensorial. Grande parte da nossa vida é baseada em assunções feitas devido a não se compreender e a não se investigar realmente a maneira como as coisas são. A vida, para quem não está desperto nem consciente, tende a tornar-se deprimente ou confusa, especialmente quando algo nos decepciona ou quando ocorre alguma tragédia.
  (... continua) 
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