Homepage
Spiritus Site
Início A Fundação Contactos Mapa do Site
Introdução
Actividades
Agenda
Notícias
Loja
Directório
Pesquisa
Marco Histórico §
Guia de Sânscrito
NEW: English Texts
Religião e Filosofia
Saúde
Literatura Espiritual
Meditação
Arte
Vários temas
Mosteiro Budista
pág. 4 de 10
Plena Atenção - 1º Parte

de Ajahn Sumedho

em 03 Jan 2011

  (...anterior) Através desta prática de meditação, da investigação e da compreensão de como as coisas são, começamo-nos a libertar do apego. Quando já não tivermos expectativas ou exigências então, obviamente, já não iremos sentir o desespero, a pena e a angústia resultantes de quando não conseguimos aquilo que queremos. Então este é, de facto o objectivo – “Nibbāna” ou a realização de não nos agarrarmos a nenhum fenómeno que tenha um princípio e um fim. Quando abrimos mão deste habitual e insidioso apego a tudo quanto nasce e morre, começamos a realizar a “não-morte”.
Algumas pessoas vivem simplesmente reagindo à vida porque foram condicionadas a fazê-lo, como os cães de Pavlov. Se não estivermos despertos para as coisas como elas são, então, na verdade, não somos mais que uma mera criatura inteligente condicionada semelhante a um estúpido cão condicionado. Podemos olhar com ar de superioridade para o cão de Pavlov que saliva quando a campainha toca, mas reparem como fazemos coisas tão semelhantes. Isto deve-se ao facto de que na experiência sensorial tudo é condicionante, não se trata de ser pessoa, alma ou essência pessoal. Estes corpos, sentimentos, memórias e pensamentos são percepções condicionadas na mente através de dor, devido a termos nascido como seres humanos, nas nossas respectivas famílias, classe social, raça, nacionalidade, etc.; dependendo se temos um corpo masculino ou feminino, atraente ou não, … e por aí adiante.

Tudo isto são apenas as condições que não são nossas, que não somos nós. Estas condições obedecem às leis da natureza, as leis naturais. Não podemos dizer “Não quero que o meu corpo envelheça”. Bem, podemos dizê-lo mas, não importa o quão insistentes sejamos, o corpo continuará a envelhecer. Não podemos esperar que o corpo nunca adoeça ou sinta dor ou ainda que tenha sempre visão e audição perfeitas. Gostaríamos, não é verdade? “Eu espero ser sempre saudável. Nunca serei um inválido e terei sempre uma boa visão, nunca ficarei cego; tenho bom ouvido e por isso nunca serei uma daquelas pessoas de idade para as quais os outros têm de gritar e nunca ficarei senil e terei sempre controlo das minhas faculdades até morrer aos noventa e cinco anos de idade, completamente desperto, com a mente clara e alegre. E morrerei naturalmente enquanto durmo, sem dor”. Isto é como todos gostaríamos que fosse. Até pode ser que de entre nós alguns continuem a viver por bastante tempo e morram de forma bastante edílica ou também pode acontecer que amanhã os nossos olhos saltem das órbitas! Não é muito provável mas pode acontecer! Contudo, o fardo da vida diminui consideravelmente quando reflectimos nas limitações da nossa própria vida. Aí sabemos que podemos alcançar, o que podemos aprender. Tanta miséria humana resulta de criarmos demasiadas expectativas e nunca sermos capazes de alcançar tudo aquilo que desejamos.
Na nossa meditação e compreensão intuitiva das coisas tal como elas são, vemos que beleza, refinamento e prazer são condições impermanentes – assim como a dor, miséria e feiúra. Se conseguirmos realmente compreender isso, poderemos desfrutar e aguentar o que quer que seja que nos aconteça. Na verdade, grande parte da lição da vida consiste em aprender a suportar aquilo que não gostamos em nós próprios e no mundo à nossa volta; sermos capazes de ser pacientes e calmos, e não fazermos um drama acerca das imperfeições da experiência sensorial. Podemo-nos adaptar, suportar e aceitar as características mutáveis do ciclo do nascimento e da morte através do “abrir mão” e do desapego a esse mesmo ciclo. Quando nos libertamos dessa identificação, experienciamos a nossa verdadeira natureza, a qual é brilhante, clara, sábia, mas que já não é algo pessoal, não é “eu” ou “meu” – não existem metas nem apegos. Apenas nos podemos apegar àquilo que não é a nossa consciência pura!
Os ensinamentos do Buddha (§) são simples meios úteis, formas de observar a experiência sensorial que nos ajudam a compreendê-la.
  (... continua) 
topo
questões ao autor sugerir imprimir pesquisa
 
 
Flor de Lótus
Copyright © 2004-2024, Fundação Maitreya ® Todos os direitos reservados.
Consulte os Termos de Utilização do Spiritus Site ®