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Plena Atenção - 2ª Parte

de Ajahn Sumedho

em 24 Jan 2011

  (...anterior) Estejam alerta, fechem os olhos e imediatamente antes de pensarem quem, observem: a mente está bastante vazia, não está? Segue-se quem sou eu? e de seguida um espaço depois da interrogação. Esse pensamento vai e vem do nada, do vazio, não é? Quando estamos pura e simplesmente emaranhados no processo pensante habitual não conseguimos observar o pensamento a surgir, ou conseguimos? Não conseguimos ver, somente conseguimos reparar no pensamento depois de o termos começado a pensar. Então comecem a pensar deliberadamente de forma a apanharem o começo do pensamento, antes de na verdade começarem a pensá-lo. Agarrem deliberadamente em pensamentos como Quem é o Buddha (§)?. Pensem isso intencionalmente e verão o começo, a formação e o fim do pensamento, e também o espaço que o envolve. Estão a observar os pensamentos e os conceitos em perspectiva em vez de reagirem a eles.

Imaginem que estão zangados com alguém. Pensam “Isso é o que ele disse, ele disse isto e aquilo e fez isto e não fez aquilo como deve ser, fez tudo mal; ele é tão egoísta … e ainda me lembro quando ele fez aquilo àquele, e depois…” Uma coisa leva à outra, não é? São naturalmente apanhados nesta dinâmica em que uma coisa leva à outra, de uma forma contínua, motivada pela aversão. Em vez de serem apanhados nessa corrente, ou torrente, de pensamentos e conceitos associados, pensem deliberadamente: “Ele é a pessoa mais egoísta que já conheci”. E o término de seguida, o vazio. “Ele é um ovo podre, um rato sujo, ele fez isto e aquilo”. Podemos observar e até se torna engraçado, não é? Quando fui a primeira vez para Wat Pah Pong costumava vir ao de cima imenso ódio e aversão. Por vezes sentia-me muito frustrado por não saber o que realmente se passava e não me queria conformar tanto como ali seria suposto. Até deitava fumo pelas orelhas. Ajahn Chah lá continuava – ele podia dar duas horas de palestras em Lao – enquanto isso eu estava com dores terríveis nos joelhos e então tinha pensamentos do género: “Porque é que não paras de falar? Eu pensava que Dhamma era simples, porque é que ele tem de levar duas horas para dizer alguma coisa?” E tornava-me muito crítico para com todos. Comecei então a reflectir nisto e a ouvir-me a mim próprio a ficar zangado, a ser crítico, a ser malicioso, com ressentimentos – “Eu não quero isto, não quero aquilo, não gosto disto, não vejo porque é que tenho de me sentar aqui. Não quero ser incomodado com estas coisas tolas. Eu não sei…” – e por aí fora. Ao mesmo tempo pensava: “Quem diz isto é uma pessoa gentil? É assim que tu queres ser, essa coisa que está sempre a queixar-se e a criticar, a procurar defeitos; é esse o tipo de pessoa que queres ser?” “Não! Eu não quero ser assim”.

Mas tive de o tornar completamente consciente para o poder realmente ver e não apenas acreditar. Sentia-me cheio de razão e quando nos sentimos certos e indignados e achamos que os outros estão errados, podemos facilmente acreditar neste tipo de pensamentos: “Não vejo nenhuma necessidade para este tipo de coisas; na realidade, o Buddha disse … o Buddha nunca iria permitir isto, o Buddha…; Eu sei muito acerca de Budismo!” Tragam-no ao de cima conscientemente, de maneira a poderem ver, tornem-no absurdo e então terão uma perspectiva sobre o assunto, o que torna tudo bastante interessante. Podemos ver o que é a comédia! Levamo-nos muito a sério – “Eu sou uma pessoa tão importante, a minha vida é tão importante que devo ser sempre bastante sério. Os meus problemas são tão importantes, tão sobejamente importantes. Tenho de passar muito tempo com os meus problemas pois eles são importantes”. Achamo-nos sempre muito importantes. Portanto pensem, deliberadamente pensem: “Eu sou uma pessoa muito importante e os meus problemas são muito importantes e sérios”. Quando estamos a pensar isso parece engraçado, soa meio tolo, pois na verdade apercebemo-nos que não somos assim tão importantes – nenhum de nós o é. E os problemas que criamos acerca da vida são coisas triviais.
  (... continua) 
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