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Samma Samādhi – Desapego dentro da prática

de Ajahn Chah

em 10 Fev 2011

  (...anterior)
Quando o Buddha (§) realmente olhou para isto ele viu que a prática não é algo que diz respeito ao corpo mas sim à mente. Attakilamathanuyogo auto-mortificação – o Buddha tinha-a experimentado e percebeu que esta limitava-se ao corpo. Na verdade, todos os Buddhas são iluminados na mente.

Quando consideramos o corpo ou a mente, podemos colocar ambos no mesmo saco, no saco do Transitório, Imperfeito e Não-eu – aniccam, dukkham, anatta. Eles são simples condições da Natureza, surgem, dependendo de factores de suporte, existem por um período de tempo e depois cessam. Quando existem condições apropriadas, elas surgem novamente, existem por um período de tempo e depois cessam de novo. Estas coisas não são um “eu”, um “ser”, um “nós” ou um “eles”. Não existe ninguém nessas coisas, apenas sensações. A felicidade não tem um “eu” intrínseco, o sofrimento não tem um “eu” intrínseco. Nenhum “eu” pode ser encontrado, são simples elementos da natureza que surgem, existem e cessam, passando por este constante ciclo de mudança.
Todos os seres, incluindo os humanos, tendem a identificar-se com o surgir, com o existir e com o cessar. Agarram-se a tudo. Não querem que as coisas sejam da forma como são e também não querem que sejam de outra forma. Por exemplo, tendo surgido, não querem que as coisas terminem; tendo experienciado felicidade, não querem sofrimento. Se o sofrimento surge, querem que este cesse o mais rapidamente possível e seria ainda melhor que não surgisse de todo. Isto é assim porque eles vêm este corpo e esta mente como sendo eles próprios, ou como pertencendo-lhes e portanto exigem que esta coisas sigam as suas vontades.
Este tipo de raciocínio é como construir uma barragem ou um dique sem construir uma passagem para deixar a água fluir. O resultado é que a barragem rebenta. E o mesmo acontece com este tipo de raciocínio. O Buddha viu que pensar desta forma é a causa para o sofrimento. Vendo a causa, o Buddha abandonou-a.

Esta é a Nobre Verdade da Origem do Sofrimento. As Verdades do Sofrimento, da sua Origem, da sua Cessação e do Caminho que leva a essa Cessação…as pessoas ficam presas justamente aí. Se as pessoas tiverem que ultrapassar as suas dúvidas é precisamente aqui que o farão. Ao ver que as coisas são simplesmente rūpa e nāma, ou corporalidade e mentalidade, torna-se óbvio que elas não são um ser, uma pessoa, um ‘nós’ ou um ‘eles’. Elas seguem simplesmente as leis da Natureza.
A nossa prática é conhecer as coisas desta forma. Não temos o poder de realmente de as controlar, não somos os seus donos. Tentar controlá-las traz sofrimento, pois na realidade elas não são nossas para que as possamos controlar. O corpo e a mente não somos nós nem os outros. Se soubermos esta realidade podemos ver claramente. Vemos a verdade, somos um com ela. É como ver um pedaço de ferro quente vermelho que foi aquecido na fornalha. Todo ele está quente. Quer lhes toquemos em cima, em baixo ou dos lados, está sempre quente. Não importa onde lhe tocamos, está quente. É desta forma que deveríamos ver as coisas.

Quando começamos a praticar, basicamente queremos obter ou atingir algo, saber e ver, mas ainda não sabemos o que é que vamos atingir ou saber. Havia um discípulo meu cuja prática estava repleta de dúvidas e confusão. Mas ele continuou a praticar e eu continuei a instruí-lo até ele começar a encontrar alguma paz. Mas quando ele, eventualmente, ficava um pouco mais calmo, levantava-se e perguntava “O que faço a seguir?” Pronto! A confusão surgia novamente. Ele dizia que queria paz mas quando a alcançava não a queria e perguntava o que fazer a seguir.
Nesta prática devemos fazer tudo com desapego. Como nos desapegamos? Desapegamo-nos ao vermos as coisas claramente. Saber as características do corpo e da mente tal como são. Meditamos para encontrarmos paz, mas ao fazê-lo vimos aquilo que não é pacífico. Isto acontece porque a natureza da mente é movimento.

Quando praticamos samādhi colocamos a nossa atenção nas inspirações e nas expirações na ponta do nariz ou no lábio superior.
  (... continua) 
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