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Tradição Espiritual Portuguesa

de Pedro Teixeira da Mota

em 09 Mai 2011

  (...anterior) Ela firma-se, como tão claramente demonstrou Nordau, na mentira religiosa, na mentira política, na mentira económica, na mentira matrimonial, etc. (…) Actualmente, a mentira chama-se utilitarismo, ordem social, senso prático; disfarçou-se nestes nomes, julgando assim passar incógnita (...) A mentira reina sobre o mundo! Quase todos os homens são súbditos desta omnipotente Majestade. Derrubá-la do trono; arrancar-lhe das mãos o ceptro ensanguentado, é a obra bendita que o Povo, virgem de corpo e alma, vai realizando dia a dia, sob a direcção dos grandes mestres de obras, que se chamam Jesus, Boudha, Pascal, Spartacus, Voltaire Rousseau, Hugo Zola, Tolstoi, Reclus, Bakounine, etc, etc...». Um tempo revoluto mas sempre actual, quando o próprio Teixeira Pascoaes (o saudosista e contemplativo para os seus críticos...) desmascarava a mentira política e apelava à revolução popular...
No nº 5, Leonardo escreve a 2ª parte Sobre a Educação, realçando a verdade importantíssima ainda hoje pouco assumida: «A atitude religiosa depende da realidade, isto é, da ciência e da filosofia. Por isso ou se recebe de olhos fechados uma ciência e uma filosofia e então pode cair-se dentro de uma Igreja: ou se procura a verdade, e então cada indivíduo para ser religioso tem de criar a sua religião, porque ela depende dos seus valores e da realidade, cujas últimas hipóteses tem de participar do individualismo. Cada indivíduo é, sob este ponto de vista, uma mónada. Nele actua todo o Universo e ele é um espelho original e inconfundível, onde o Universo se olha... Para ser religioso, isto é, para unir o eu com o Universo, para colocar a consciência no Infinito é preciso ser sábio sem ser escravo da ciência, filósofo sem ser escravo da filosofia, simples sem ser escravo ignorância, bondoso e humilde sem cálculo, regra ou prevenção. E como traduz a religião, esse estado emotivo do eu em contacto com o Infinito? Pelas artes. O primeiro sentimento religioso é o do sublime. O sentimento do sublime é o desvairamento, o assombro perante o infinito...»

De destacar neste texto a afirmação «cada ser para ser religioso tem de criar a sua religião», que podemos aprofundar com a de que Deus tem de renascer em cada um de nós, íntima ou monadicamente, e que a Religião Universal (como já sinalizámos num artigo do nº 3 da Nova Águia) está a desvelar-se nas consciências livres, acima dos escombros e as egrégoras dos fanatismos e exclusivismos das principais religiões e suas seitas.
No nº 6 um belo louvor ao amor da língua portuguesa por Antero de Figueiredo e a intensa homenagem a Victor Hugo, por Pascoaes, destacam-se. Realcemos no nº 7 um novo artigo monadológico de Leonardo e um conto sobre os mistérios desse subtil Japão (§), a contraparte oriental do Portugal finistérrico, e no nº 8 um valioso retrato psíquico de Pascoaes por Jaime Cortesão, com uma das mais significativas descrições de conversas espirituais portuguesas, que certamente muitos de nós já experimentámos de um modo ou outro, quando vogavam «à beira-mar, numa maré crescente de entusiasmos, ao debater palestras intermináveis.../ Como duas ondas, duas labaredas, ou duas rajadas, que chocando-se, mais se elevam, os nossos pensamentos, à força de embates constantes, tanto se erguiam e volatilizavam que por fim rebatiam apenas espumas, névoas, hálitos de ideias, e chegavam a atingir um tal poder de abstracção, que nos supunha num contacto espiritual directo, para lá das palavras, comunicando só por gritos, gestos, exclamações, a telegrafar tempestades...»

Destas conversas, As Noches Claras, Divinas y Humanas Flores, escritas por Faria e Sousa, e que Sampaio Bruno (§) falava, resplandecem aqui bem vivas, são um exemplo bem antigo, ligado ainda à Ordem de Cristo e aos peregrinos e espirituais portugueses.
  (... continua) 
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