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Jesus Cristo segundo Rudolf Steiner - 4ª Parte

de Zelinda Mendonça

em 16 Mai 2011

  (...anterior) Essa evolução constituirá uma força capaz de trazer ao homem uma ampliação do impulso crístico. Mas então todas as cerimónias também mudarão e o que ocorreu outrora pelos atributos do pão e do vinho ocorrerá futuramente por uma Eucaristia espiritual.
Porém a ideia de Eucaristia (comunhão) permanecerá.

14.1.2 – Os Evangelhos
Este era o outro caminho exotérico para chegar a Cristo.
Os Evangelhos eram lidos em tempos passados de maneira que os homens sentiam chegar de fora algo que a alma ansiava, pois esta encontrava uma descrição real do Redentor que ela sabia dever existir no Universo
Para os indivíduos capazes de ler os Evangelhos dessa maneira já estava liquidada uma infinidade de perguntas que só se transformaram em “questões” para os indivíduos muito inteligentes do nosso tempo.

Os Evangelhos contêm elementos diversos.
1 – Relatam factos, e isso de modo tal que aparentemente pretendem constituir factos históricos.
2 – Há parábolas que por sua forma de narrar factos, pretendem simbolizar as verdades mais profundas.
3 – Contêm doutrinas formando a cosmovisão cristã.

No Evangelho de João não encontramos qualquer parábola propriamente dita. Ele estava ligado a uma escola esotérica em que não se necessitava recorrer às parábolas.

Os quatro escribas estão ligados a quatro tradições diferentes. Cada um deles descreve a vida de Jesus de acordo com suas tradições iniciáticas e, se existem semelhanças entre as narrações dos três primeiros evangelistas, os sinópticos, isso nada mais prova senão que essas tradições eram similares.
O quarto Evangelho está imbuído de ideias que lembram a filosofia religiosa de Fílon, o que tão pouco prova outra coisa senão que ambos estão ligados à mesma tradição esotérica.

Convém lembrar que João começa o seu Evangelho, usando palavras introdutórias que postulam uma interpretação bem definida:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. (…) E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e nós vimos a sua glória, uma glória do Filho Unigénito do Pai, cheio de abnegação e verdade.”
Quem coloca tais palavras no começo da sua narração indica claramente que deseja ser interpretado em sentido particularmente profundo.
Quem aduzir aqui explanações apenas racionais assemelha-se a quem acredita que Otelo “realmente “ mata Desdémona no palco.
Qual é o sentido das palavras introdutórias de João? Diz, claramente, que fala de algo eterno, de algo existente desde os primórdios. Conta factos mas não os que são observados pela vista e pelo ouvido. Ele esconde atrás dos factos o “Verbo” que está no Espírito Cósmico, e para ele esses factos são o instrumento por meio do qual se exprime um sentido mais amplo.

É lícito concluir que deve haver um significado profundo quando João refere a ressurreição de um morto, a ressurreição de Lázaro, facto esse tão difícil de entender para os olhos, os ouvidos e o intelecto lógico.
Devemos admitir que toda a narrativa do Evangelho de João está coberta por um véu de mistério. Senão como interpretar as palavras de Jesus: “A doença não é para a morte, mas para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado”. Esta é a tradução usual, mas chegaremos mais perto da realidade se traduzirmos de acordo com o texto grego: “…para a manifestação (revelação) de Deus, a fim de que o filho de Deus seja por ela glorificado”. E qual seria o sentido destas outras palavras (João 11,4 e 25): “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto viverá”.
As palavras de Jesus adquirem, porém, vida e sentido tão logo as consideramos como expressão de um acontecimento espiritual. Podemos neste caso até interpretá-las literalmente, assim como se encontram no texto. Jesus diz que ele é a ressurreição ora realizada em Lázaro, e que ele é a vida vivida por Lázaro. Levemos ao pé de letra o que Jesus é, no evangelho de João: ele é o “Verbo que se fez carne”, o eterno que existia nos primórdios. Se ele é a ressurreição, o que surgiu em Lázaro foi o Eterno, o Primordial.
  (... continua) 


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