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A Perspectiva da Floresta

de Ajahn Amaro

em 17 Dez 2011

  (...anterior) Será que ele não percebe que estou faminto, aqui fora? Não percebe que está frio e húmido? Não se importa comigo?”

“Todos os sankharas são impermanentes. Todos os Dhammas são presentes e vazios. Não há nada mais… “ [faz ruídos como um cão faminto abandonado]
Estas experiências proporcionaram alguns dos momentos mais reveladores na minha própria prática e exploração espiritual. Elas contêm uma fome tão avassaladora de ‘ser’. Qualquer coisa serve, qualquer coisa, só para ser algo: um fracassado, alguém bem sucedido, um messias, uma praga para o mundo, um assassino de massas. “Permita que eu seja algo, por favor, Deus, Buddha (§) ou quem quer que seja.”

Ao que a sabedoria do Buddha responde, “Não.”
É preciso termos enormes recursos e força interior para sermos capazes de dizer “não” desta maneira. As súplicas patéticas do ego tornam-se fenomenalmente intensas e viscerais. O corpo pode abanar e as nossas pernas começarem a contorcer-se para correr. “Tirem-me daqui!” Pode até acontecer que os pés se comecem a mexer em direcção à porta, tão forte é o anseio.
Neste ponto, estaremos a focar a luz da sabedoria exactamente na raiz da existência dualista. Esta raiz é uma das fortes. É necessário muito trabalho para chegar até ela e cortá-la. Podemos portanto contar com bastante fricção e dificuldades quando nos envolvermos neste tipo de trabalho.
A ansiedade intensa surge. Não se deixem intimidar. Ponham o impulso de lado. É normal experienciar perda e fortes sentimentos de pesar. Há um pequeno ser que acaba de morrer. O coração sente uma sensação de perda. Fiquem com isso presente e permitam que passe. A sensação de que “algo será perdido se eu não seguir esta ansiedade” é a mensagem enganosa do desejo. Quer seja um pequeno momento subtil de inquietação ou uma grande declaração – “Vou morrer de desgosto se não seguir este anseio!” – compreendam que tudo isso não passa de uma enganosa sedução do desejo.

Há um verso maravilhoso num poema de Rumi que diz, “Quando é que ficaste remotamente diminuido por teres morrido?” Permitam que o borbulhar do ego nasça e permitam que morra. Depois, espantem-se(!), não só o coração não foi diminuído, como na verdade está maior, mais radiante e jubiloso que nunca. Há espaço, contentamento e uma tranquilidade que não podem ser alcançadas através da cobiça ou da identificação com qualquer atributo da vida.
Não importa quão genuínos os problemas, as responsabilidades, as paixões ou as experiências aparentem ser. Não temos de ser nada disso. Não há nenhuma identidade que precisemos ser. Não nos devemos apegar a nada.

Nota: (1) Rigpa: é o conhecimento proveniente da realização da nossa própria natureza, quando realizamos e sabemos que existe uma liberdade primordial, anterior à nossa identificação com a mente.

Traduzido por Bhikkhu Appamado do livro “Small Boat, Great Mountain” publicado em 2003 pelo Abhayagiri Buddhist Monastery.
   


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