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Emoções maduras
de Ajahn Vajiro
em 11 Jun 2012
(...anterior) Aceitação, um dos aspectos de metta, ressoa com a aceitação da limitação que está implicada em upekkha e é por isso que metta é um princípio tão importante.
Para a maioria dos seres humanos, e até mesmo para os animais, metta (tal como podemos encontrar na aceitação que uma mãe (§) tem pelos filhos) é a primeira emoção que nos possibilita crescer e começar a amadurecer. Se não houver uma expressão de metta para com os nossos descendentes, particularmente para com uma criança humana, essa prole irá morrer rapidamente ou tornar-se-á imatura e pervertida. É esta a motivação primordial que permite aos jovens amadurecerem. Os jovens expressam-no através da maneira como abordam e aprendem acerca do estado no qual se encontram. As crianças pequenas apanham coisas do chão sem qualquer sentido discriminatório e para grande horror dos adultos, põe-nas na boca. Nesta acção da criança existe um nível de aceitação muito grosseiro e uma ausência de descriminação que opera quando a criança começa a almejar algo para além dela própria.
A compaixão permite-nos reconhecer as mudanças e desenvolvimentos que são parte das transformações naturais que ocorrem enquanto somos bebés, crianças, adolescentes, adultos e idosos. Ela reconhece também a dor da separação daquilo que nos é conhecido e que faz parte deste processo, lidando com as mudanças de uma maneira sensível.
Mudita permite que desfrutemos da vida: a beleza e as maravilhas desta estranha experiência de sermos uma vida individual sensível, de alguma forma misteriosamente ligada ao todo. E quando permitimos que todo o medo do desconhecido caia por terra, a maravilha do desconhecido passa a ser apreciada e desfrutada.
O que nos move na vida, a meio de incertezas e mudanças, é aquilo que nos trás liberdade. As nossas intenções movem-nos e são o campo da nossa maior liberdade. Usar e estimular esta liberdade com sabedoria é o desafio.
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