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A Via da Vigilância Interior - 3ª Capítulo

de Edward Salim Michael

em 01 Set 2019

  (...anterior) Nesse preciso momento, sem estar consciente ao princípio emerge a memória da unidade (re-member) da mente com o corpo e com os sentimentos, o que, em certa medida, será sentido como uma peculiar consciencialização global do todo o seu eu, uma reunião invulgar destes três aspectos do seu ser, acontecendo num certo nível e plano, e por breves instantes. Abruptamente, esse estado desvanece-se, e antes mesmo que o aspirante compreenda o que aconteceu, distancia-se de novo, perdido nas suas condições habituais de auto-esquecimento e de divagações.

Sem haver uma unidade significativa destes três aspectos na sua natureza, o aspirante não consegue encontrar a atitude certa e a força necessária para tão sério trabalho. A verdadeira compreensão de tal será o começo desta tão importante união interior, a qual, finalmente, lhe consentirá esforços de determinada natureza. Infelizmente, ao princípio, este estado de unidade só é durável por breves períodos, antes que ele se afunde novamente, no estádio habitual da divisão interior. É de vital importância, para a sua busca espiritual, ver com clareza, como, mal este acontecimento inusitado da totalidade do ser aparece na sua verdadeira condição, logo se dispersa e se ausenta de novo. Compreender devidamente este problema, sem se impacientar ou irritar consigo mesmo, é, na realidade, começar a conhecer o seu caminho.
É por demais essencial, que o pesquisador constate no seu íntimo e o mais cedo possível que, de cada vez que perde esta consciência de si tão fora do comum, é como se fosse violentamente cortado em pedaços. É como se fosse, des-membrado internamente, e, de forma singular, e sem se aperceber inicialmente, deixasse de ser! Dá-se, nesse momento no seu ser, uma espécie de morte interior, impossível de reconhecer senão quando tenha, de alguma forma específica, sido preparado para a identificar.

Existe outra matéria igualmente importante a ser discutida, no que respeita ao corpo, e essa é a questão da “sensação”. Sempre que durante a meditação, ou noutra altura qualquer, se usa a sensação do corpo como suporte para esta singular “presença interior”, dar-se-á, pouco a pouco e consoante ela se vai aprofundando, uma estranha transformação do corpo denso para algo mais fino e leve. Sente-se de uma forma algo misteriosa, como uma transmutação em luz e vontade, verdadeiramente sem peso e etérea. Quanto mais profunda e fina é esta sensação, mais sublimado, subtil e rarefeito se sente o corpo. Esta peculiar forma de consciência e de sensação corporal, também ajuda a que se manifeste uma enigmática intuição, sob uma forma bem estranha, de que a pessoa não é o seu corpo.

Se este problema, de não se sentir o corpo correctamente, for posto de lado e não for resolvido logo desde o início, então, no decorrer do tempo e consoante a pessoa for envelhecendo, passará a ter cada vez menos controle sobre ele, até que, finalmente, se torne uma espécie de entidade separada dele, e ele, o seu escravo (o que vulgarmente acontece na velhice). Tornar-se-á rígido e tosco de uma tal maneira que seria impossível suspeitar na juventude. Também vem a desenvolver certas inclinações, vícios e tensões – todas elas, sérias formas de impedimentos espirituais. É interessante observar quão surpreendentemente flexíveis são todos os felinos, e, como, até ao fim, conservam uma singular liberdade de movimentos e profunda sensação física. Igualmente quem já viu um recém-nascido não deixou de notar a extrema sensibilidade dos seus dedos, e até onde sente o seu corpo. É impossível ficar indiferente ao delicado toque e ao agarrar das mãos de uma criança.

O benefício desta especial tomada de consciência e de sensação do corpo pelo aspirante, permitir-lhe-á, entre outras coisas, entrar nos últimos estádios da vida de forma digna e refinada. Ser-lhe-á possível desenvolver uma certa sensibilidade física e beleza delicada no seu tempo de declínio, uma beleza que será muito nobre e espiritualmente inspiradora para todos aqueles que o contactem.

Excerto do livro A Via da Vigilância Interior de Salim Michael
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