Homepage
Spiritus Site
Início A Fundação Contactos Mapa do Site
Introdução
Actividades
Agenda
Notícias
Loja
Directório
Pesquisa
Marco Histórico §
Guia de Sânscrito
NEW: English Texts
Religião e Filosofia
Saúde
Literatura Espiritual
Meditação
Arte
Vários temas
Mosteiro Budista
pág. 4 de 5
Viver no mundo com o Dhamma

de Ajahn Chah

em 24 Jan 2014

  (...anterior) Às vezes ouço-os dizer, “Eu não me tornei monge para praticar o Dhamma, eu só me ordenei para poder estudar”. Estas são as palavras de quem abandonou completamente o caminho da prática. Não há caminho em frente. É um beco sem saída. Quando estes monges ensinam fazem-no de cor. Eles podem ensinar mas quando o fazem as suas mentes estão num lugar completamente diferente. Tais ensinamentos não são verdadeiros. O mundo é assim. Se tentares viver de forma simples, praticando o Dhamma e vivendo em paz, dizem que és estranho e anti-social. Dizem que estás a bloquear o progresso da sociedade.
Até te intimidam. Eventualmente podes começar a acreditar neles e a voltar aos costumes mundanos, afundando-te cada vez mais no mundo até ser impossível sair dele. Algumas pessoas dizem, “Agora já não consigo sair, já estou muito no fundo”. É assim que a sociedade se comporta, não apreciando o valor do Dhamma. O seu valor não se encontra nos livros. Esses são somente as aparências externas do Dhamma, não são a realização do Dhamma como experiência pessoal. Se perceberes o Dhamma, perceberás a tua própria mente, aí vês a verdade. Quando a verdade se torna presente, corta a corrente da ilusão.

O Ensinamento do Buddha (§) é a verdade imutável, quer no presente quer em qualquer outro tempo. O Buddha revelou esta verdade há 2.500 anos. A este Ensinamento nada se deve adicionar ou retirar. O Buddha disse, “O que o Tathāgata estipulou não se deve omitir, o que não foi estipulado pelo Tathāgata não se deve acrescentar aos Ensinamentos”. Ele selou os Ensinamentos. Porque é que o Buddha selou os Ensinamentos? Porque são as palavras de quem não tem quaisquer impurezas. Não importa quanto o mundo possa mudar, estes Ensinamentos não serão afectados, eles não mudam com ele. Se algo está errado, ainda que as pessoas digam que está certo, não o tornam menos errado. Se algo está certo, não muda só porque as pessoas dizem que está errado. Gerações partem e novas gerações chegam, mas isto não muda porque estes Ensinamentos são a verdade. Mas afinal quem criou esta verdade? Foi ela própria que se criou? Foi o Buddha que a criou? Não, ele não a criou. O Buddha somente descobriu a verdade, no modo como as coisas são, e depois dedicou-se a declará-la. A verdade é sempre verdade, quer haja um Buddha no mundo ou não. O Buddha só “possui” o Dhamma neste sentido, ele não o criou. O Dhamma tem estado sempre aqui. No entanto, previamente ninguém o tinha procurado ou encontrado assim. Foi o Buddha que o procurou e encontrou desta forma; o fim do sofrimento e da morte, e depois ensinou-o como Dhamma. Ele não o inventou, já lá estava.

A dada altura, no decorrer dos tempos, a verdade é iluminada e a prática do Dhamma prospera. À medida que o tempo passa e as gerações desaparecem, a prática degenera até o Ensinamento desaparecer completamente. Após algum tempo o Ensinamento é redescoberto e prospera de novo. Com o passar dos tempos, aqueles que aderem ao Dhamma multiplicam-se, a prosperidade instala-se, e mais uma vez o Ensinamento segue a escuridão no mundo, tornando a degenerar-se até à data em que já não consiga manter-se. A confusão volta a reinar. E é então que chega a hora de restabelecer a verdade. De facto a verdade não vai a lado nenhum. Quando os Buddhas morrem, o Dhamma não desaparece com eles. O mundo gira desta forma. É um pouco como a árvore da manga. A árvore amadurece, dá flor, os frutos nascem e tornam-se maduros. Alguns apodrecem e a semente volta à terra para se tornar numa nova árvore. O ciclo recomeça. Eventualmente, haverá mais frutos maduros que caiem, apodrecem e voltam à terra como sementes, crescendo mais uma vez como árvores. Assim é que o mundo é. Ele nunca vai muito longe, simplesmente revolve em volta das mesmas velhas coisas.

No presente as nossas vidas são idênticas. Estamos hoje, naturalmente a fazer as mesmas coisas que sempre fizemos. As pessoas pensam demasiado. Existem tantas coisas para elas se interessarem, mas nenhuma delas leva à realização.
  (... continua) 
topo
questões ao autor sugerir imprimir pesquisa
 
 
Flor de Lótus
Copyright © 2004-2024, Fundação Maitreya ® Todos os direitos reservados.
Consulte os Termos de Utilização do Spiritus Site ®