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Mosteiro Budista
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Ser Ninguém

de Ajahn Sumedho

em 01 Mar 2014

  (...anterior) Podemos chamar ao “som do silêncio” o que quisermos – voz de Deus, ou do Divino, chamada do Cosmos, o sangue a passar nos tímpanos, etc. Mas o que quer que seja, poderá ser usado para desenvolver a vigilância e a reflexão – é para isso que estou a apontar, como usar estas coisas sem as tornar em algo.

Assim, as missões que temos são respostas naturais que acontecem na nossa vida – elas deixam de ser pessoais. Já não se trate de mim, Sumedho Bhikkhu, com uma missão, como se eu fosse especialmente escolhido de cima, mais do que qualquer um de vós. Deixa de ser isso. Toda essa percepção e maneira de pensar são abandonadas. E quer eu salve ou não o mundo, ou milhares de seres, ou ajude os pobres nos bairros de Calcutá, ou ajude a curar leprosos, e faça todo o género de bons trabalhos - não é por ter a ilusão de ser uma pessoa, mas como uma resposta natural da sabedoria.

Nisto eu confio; é isto que é saddha – é a fé na palavra do Buddha (§). Saddha é a real fé e confiança no Dhamma; em esperar “ser ninguém” e não se tornar em algo mas ser capaz de apenas esperar e responder. E não há muito para responder, apenas esperar – caneca de café, observar a chuva, o pôr-do-sol, o envelhecer, testemunhar o envelhecimento, as entradas e saídas do mosteiro – as ordenações e as desistências, as aspirações e depressões, os altos e os baixos, dentro da mente, fora do mundo. E ocorre uma resposta porque temos vigor, inteligência e talento, e então a vida pede-nos para respondermos de forma hábil e com compaixão, algo que somos propensos e capazes de fazer. Gostamos de ajudar os outros. Não nos importamos de ir para uma colónia budista de leprosos – eu iria de bom grado – ou trabalhar nos bairros pobres de Calcutá ou algo assim; eu não teria objecções - esse tipo de coisas, apela bastante ao meu sentido de responsabilidade!

Mas não é uma missão, não sou eu que tenho de fazer algo; é a confiança no Dhamma. Assim, a resposta à vida torna-se clara e benéfica porque não surge de mim como pessoa com as suas ilusões provindas da ignorância condicionando as formações mentais. Assim observamos a inquietação, as obsessões da mente e deixamo-las findar. Permitimos que partam e assim elas cessam.

Tradução de Pedro Cruz (§)
   
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