Homepage
Spiritus Site
Início A Fundação Contactos Mapa do Site
Introdução
Actividades
Agenda
Notícias
Loja
Directório
Pesquisa
Marco Histórico §
Guia de Sânscrito
NEW: English Texts
Religião e Filosofia
Saúde
Literatura Espiritual
Meditação
Arte
Vários temas
Mosteiro Budista
pág. 4 de 5
Sati – um exemplo

de Bhikkhu Dhammiko

em 16 Out 2014

  (...anterior) Prestamos atenção muito atenta e plenamente ao ódio e à raiva interiores, e por milagre, do nada, essa energia e padrão interiores desintegram-se e desvanecem-se por si, assim sem mais nem menos, só de olharmos com plena atenção para essa energia e padrão? Chega olharmos para o medo com total e plena atenção para não criarmos ou deixarmos gerar mais medo? Será assim tão desprendidamente simples realizar a purificação da negatividade dentro de nós? Será que é o facto de prestarmos muita atenção às regras e recitá-las muitas vezes é o suficiente para mudar o nosso carácter, a nossa vontade e a qualidade das nossas acções? Não. E a questão é que podemos passar vidas como religiosos leigos, monásticos ou sacerdócios sem avançar quase nada espiritualmente.

Dhp. 271-272. Não é pelas regras e rituais, nem mesmo por muito aprender, nem por se alcançar estados de absorção, nem por uma vida de reclusão, nem por pensar “Eu desfruto da felicidade da renúncia que não é vivida pelos mundanos” que vocês, monges, ficarão contentes, mas só quando a destruição total das impurezas (Arahant) for atingida.


O elemento essencial, a qualidade, o factor, a ferramenta com que temos o poder e a possibilidade de mudarmos, escolhermos, decidirmos melhorar os nossos hábitos e padrões mentais e emocionais, é a Consciência, a nossa Consciência Espiritual. A atenção é definida no âmbito da psicologia, psiquiatria e ciências cognitivas, como uma função física estritamente sensorial, no campo da percepção. Não é a atenção que considera, mas a Consciência que através da atenção considera. O meu cuidado em algo não é da atenção, mas a minha consciência decide ter cuidado através e com atenção, sendo este o verdadeiro significado do 'Mindfulness' em inglês e não de simplesmente 'plena atenção'. A atenção é uma ferramenta exclusivamente cognitiva, neutra em termos de vontade. O incremento e interferência da vontade vêm com a existência ou ausência de Consciência. Uma pessoa sem consciência está à mercê dos humores e desejos físicos, e não tem tão pouco domínio sobre os seus apetites físicos e sensuais. Mas uma pessoa com alguma consciência já desenvolvida, pode ter capacidade de se refrear perante os impulsos mais negativos do seu organismo, impulsos estes, físicos, mentais e emocionais que fazem do mundo o inferno e a miséria em que vivemos, tão só.

A atenção, mesmo que plena, é o mero veículo e ponto de contacto das nossas acções com o mundo, neste mundo.

A consciência é o que nos conduz ao bem, com atenção, e é este o significado de Sati no Budismo, a Consciência, desperta, clara e atenta com que nos transportamos à outra margem – Sati. Portanto, Sati não se limita nem se deixa limitar à mera atenção, pois é muito ou pode, na realidade, ser muito mais do que isso, alvo principal do Satipatthana no Ensinamento do Buddha (§).

Se pensarmos e soubermos compreender, que o essencial, o cerne, o mais importante na Mensagem do Buddha não passa por adquirir, obter ou envaidecer de alguma forma de sermos ou sabermos mais que os outros só porque pensamos compreender algo, mas passa sim por, de uma forma voluntária e consciente, realizarmos a transmutação e a purificação que nos dão mais clareza e liberdade espirituais, compreenderemos melhor qual foi aquela via singular única que Ele próprio percorreu e que traz o conhecimento e a visão directa da verdade sobre o mundo neste aqui e agora.
Um exemplo crasso é a forma como um homem deixa inundar todo o seu ser pela volúpia em face da fantasia erótica de eleição que mais o alenta. Por exemplo, o homem procura excitação e satisfação perante determinada beleza e suavidade femininas que preenchem a sua fantasia, fá-lo através da atenção, pelos sentidos. Estes não são a atenção, mas usam-na para irem buscar informação e ligarem-se à realidade. Por natureza, a atenção é neutra como função de ligar os nossos sentidos à realidade física, nem que seja a dos objectos da nossa imaginação.
  (... continua) 
topo
questões ao autor sugerir imprimir pesquisa
 
 
Flor de Lótus
Copyright © 2004-2024, Fundação Maitreya ® Todos os direitos reservados.
Consulte os Termos de Utilização do Spiritus Site ®