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A Justiça Divina

de Lubélia Travassos

em 06 Nov 2014

  (...anterior) No entanto, é muito difícil eliminarmos a necessidade de satisfazer os nossos desejos, sendo que só através do cultivo da sabedoria, é que poderemos acabar com todos definitivamente. Certo é que, são muito poucas as pessoas que saem da roda dos nascimentos e mortes, pela tentação de satisfazer os desejos. A natureza do desejo faz com que, uma vez “satisfeito”, a vontade de repetir a experiência aumente ainda mais o seu controlo sobre a pessoa, a não ser que seja alguém que tenha uma mente muito forte. É preferível satisfazermos desejos menores ou insignificantes, para assim nos livrarmos deles mais facilmente. Contudo, é preciso fazê-lo com sabedoria e discernimento, senão até os pequenos desejos podem voltar ainda com mais vigor, reforçados pela experiência.

Na verdade, Deus não é nenhum ditador que nos enviou para cá, para nos ordenar o que temos de fazer. Ele deu-nos o livre arbítrio para fazermos o que quisermos. Também, já ouvimos muita coisa sobre a importância de ser bom. Por desconhecimento e ignorância, algumas pessoas costumam alegar: se todos nós vamos directos para o céu quando morrermos, de que serve fazermos o bem enquanto estivermos aqui? Se todos recebem a mesma recompensa no fim da vida, porque não ser uma pessoa ambiciosa, egoísta, já que o caminho do mal é geralmente mais fácil de trilhar? De facto, seria inútil imitar a vida dos grandes santos se, todos nós quando morrermos – tanto os bons como os maus – nos tornássemos anjos (§). Por outro lado, se, segundo o plano de Deus, estivéssemos todos destinados a ir para o inferno, seria igualmente inútil nos preocuparmos com o nosso comportamento nesta vida. E de que valeria vigiar as acções, se as nossas vidas fossem como os carros, que quando estão velhos são atirados para a sucata, e ali terminam? Se a vida do homem se resumisse nisso, não haveria necessidade de ler as escrituras ou de exercitar o autocontrolo.

Perante todo o exposto, e se existe um propósito nobre na vida, como explicar a aparente injustiça, quando uma criança nasce morta? E os que nascem cegos, mudos, aleijados ou os que vivem apenas alguns anos e morrem? Por este prisma, só os que vivem muito é que têm tempo para lutar contra as más tendências e desejos inatos, e tentarem ser bons. Se não houver outra oportunidade (numa vida futura), para uma criança que morre com seis meses, então, porque Deus lhe concedeu uma mente e não lhe deu tempo para desenvolver as suas potencialidades? Na verdade, o factor tempo é muito importante no nosso progresso, e uma única vida não permite oferecer o tempo suficiente para que tal aconteça. Se não tivermos a oportunidade de aprender as lições nesta vida, teremos de aprendê-las forçosamente noutras vidas. O conceito da vida, como sendo um espectáculo mutável, passageiro, não é pessimista, e deveria ensinar-nos a não levar tanto a sério a vida física. A ilusão cósmica “Māyā”, faz-nos sentir que o corpo é demasiado real, e é uma parte muito necessária ao nosso ser. Todavia, de um momento para o outro, o corpo pode ser separado da alma pela morte, e a separação nada tem de dolorosa. Terminada essa “operação”, não precisamos de tempo, roupa, alimento ou morada, pois já não temos que carregar o fardo corpóreo da carne. Ficamos livres dele, e continuamos a ser nós. Será que já procuramos reflectir porque esta verdade está oculta? Ou onde possam estar os milhões de pessoas que já saíram da Terra?

Não há dúvida de que o nosso estilo de vida actual poderá determinar o que seremos na próxima vida. Realmente, foi-nos concedido o poder de raciocinar sobre a nossa origem e destino, contudo, não nos empenhamos o suficiente na análise de nós mesmos e das nossas vidas. Vamos vivendo 365 dias, ano após ano, e até poderemos ter feito algum progresso, mas a nossa natureza continuará, depois da morte, a mesma de antes. Não nos tornamos anjos só porque morremos. Só o corpo é que muda, e o resto não faz diferença. A morte é como uma porta que se atravessa. O corpo terá desaparecido, mas nós seremos os mesmos sob todos os aspectos.
  (... continua) 


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