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Mosteiro Budista
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Uma conversa com amigos

de Ajahn Sumedho

em 27 Fev 2016

  (...anterior) Porém, em Laos, conheci um monge canadiano que começou a falar sobre o conflito que estava a ocorrer no Sangha tailandês entre as duas facções, Mahanikaya e Dhammayut. E acrescentou:” O que quer que faças, não entres na Dhammayut, porque foram eles que montaram uma intriga e levaram à prisão um monge sénior do Mahanikaya, para promoverem um dos seus monges” . Tudo isto era matéria política, que não me iria afectar de forma alguma, mas ele afirmou: “ Aconteça o que acontecer, não te tornes um monge Dhammayut.

”Sendo assim, perguntei-lhe onde me poderia ordenar, ao que me respondeu: ”O meu professor vive do outro lado do rio, em Nong Khai (que é uma cidade fronteiriça na Tailândia). É um arahant, e podes ordenar-te com ele”. E assim, deste impulso ingénuo, fui e ordenei-me com este monge, que era o monge principal da província. Fui samanera durante um ano e pratiquei muita meditação em Wat Sri Saket, que era um mosteiro de meditação perto da cidade.
Wat That Phanom usava um estilo de meditação birmanesa, em que cada um fica na sua cabana e lhe é trazida a comida. Fiquei lá perto de um ano, e, como ninguém falava inglês, não tinha ninguém com quem falar. Passei por experiências incríveis, quer horrorosas, quer do tipo celestiais, e tive imensas realizações. Compreendi que queria ordenar-me como bhikkhu, mas não sabia onde o fazer e por isso perguntei ao universo: ”Onde me posso ordenar?” Pouco tempo depois, um dos monges de Ajahn Chah, que sabia falar inglês, passou por ali em peregrinação (tudong) e acabou por ficar no nosso mosteiro. Então, de repente, estava a falar com este monge, o primeiro que conheci que falava inglês. E, claro, como não falava inglês há um ano, foi como um dique que se abriu. Ele era impressionante, muito rigoroso com as regras, o que me levou a pensar:” Este é um bom monge, é assim que eu deveria ser", e ele disse-me:” Devias de vir e ficar com Ajahn Chah, o meu professor, na província de Ubon.” Perguntei ao meu perceptor e, embora nunca tivesse conhecido Ajahn Chah, tinha ouvido falar muito bem dele, daí ter concordado que, logo que tomasse os preceitos de bhikkhu, eu poderia ir passar o Vāssa, a estação das chuvas, com Ajahn Chah, podendo este monge levar-me até ele.

Depois da minha ordenação em Nong Khai, em Maio de 1967, viajei para Phra Sommai, em Ubon, e foi a primeira vez que me encontrei com Ajahn Chah. Assim que o conheci, recém-chegado de viagem, encontrava-me muito cansado e com diarreia. Nesse primeiro encontro, tudo o que pude dizer foi “Onde é a casa de banho?” O monge que falava inglês traduziu e Ajahn Chah deixou-me usar a sua casa de banho pessoal. Este foi o meu constrangedor encontro com ele. Mas como tive uma impressão favorável decidi-me ficar por ali.
Consoante ia ali vivendo, reparei no verdadeiro interesse que Ajahn Chah manifestava. Não especificava nenhum método de prática em particular, todavia eu já tinha desenvolvido competência na forma como praticava. Ele queria saber o que eu fazia, e não punha objecções; só me encorajava. Wat Pah Pong situava-se numa floresta muito bonita, e ia de encontro às minhas expectativas do que seria o mosteiro budista ideal. Os dias eram muito preenchidos: sair para a oferta de comida ou trabalhar de tarde, bem como estar presente nos pūjas da manhã e da noite, e Ajahn Chah fazia grandes palestras de noite, horas a fio. Decidi que queria regressar ao estilo de eremitério que tinha tido antes, vivendo sozinho numa pequena cabana sem obrigações. Assim sendo, convenci Ajahn Chah a libertar-me, deixando-me partir depois do Vāssa. Conheci um monge que sabia de um lugar numa montanha – perto daquele onde Jack estava a viver então – e convidou-me para ir para lá. Ajahn Chah, na verdade, não queria que eu fosse – eu era um monge recentemente ordenado – mas acabou por ceder perante a minha determinação. E assim, parti de tarde, ele próprio levou-me à estação dos comboios numa camionete cheia de monges.
  (... continua) 


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