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O Incondicionado

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2016

  (...anterior) Não é o Príncipe Siddhārta, não é o asceta Gautama, nem é sequer o Buddha (§), no sentido de dizer “eu sou o Buddha” num acto de proclamar-se Ele próprio a esse nível. Ora tomemos aqui atenção à erudição da palavra, “Tathāgata” tornou-se frequentemente, em várias tradições budistas, uma espécie de título superlativo, quando na realidade significa “aquilo que é precisamente agora”. Então este “tathāta”, “tathā” e “tathāgata” ou qualquer coisa com esse prefixo, é traduzido como “a qualidade tal d’aquilo que é agora”, não é uma pessoa, não é alguém com uma história, um passado, com uma auto-biografia, credenciais, status, sucesso ou seja o que for, mas que é aquilo, que é “agora”.

E eu sempre achei esta perspectiva bastante interessante, porque implica aprender o verdadeiro significado da linguagem. Vivi na Tailândia durante os meus estágios iniciais de meditação e, portanto, eu tive que aprender meditação através dos termos da Língua Tai, de traduções Tai-Inglês e de Pāli, e então, é claro que a Língua tailandesa desenvolveu-se culturalmente sob a influência e o contacto com o Budismo, incluindo bastantes palavras do Pāli, à semelhança do Latim com o Inglês o qual inclui bastantes palavras. E, então aprender noutra Língua, achei um grande desafio, porque na nossa própria Língua pode-se pensar e tomar como certo que percebemos tudo. O Inglês é a minha Língua natal, é Inglês Americano, mas é um hábito-língua que se aprende facilmente, sendo do género de se ir absorvendo, como quando se ouve na infância a nossa Mãe (§) falar ou qualquer outra pessoa.

Então aprender meditação noutra Língua como a tailandesa, achei uma grande revelação, mas com certa dificuldade em perceber, pois não era a minha Língua natal. Tive que considerar o sentido e o significado das palavras. A Língua tailandesa é uma Língua de características psíquicas, onde há todo um leque de termos, por exemplo sobre “Citta” (mente-coração) e “Jay” (vencer-conquistar); contém diferentes níveis de felicidade e miséria, enlevo ou depressão, intermináveis tipos de combinações para descrever sentimentos emocionais e estados mentais. Portanto, traduzir isso para o inglês e aprender como usar a Língua inglesa dentro do contexto tailandês e entender como realmente funciona, não só em termos de expressão gramática ou de estrutura da Língua, mas também psiquicamente. Compreender, como de facto, as palavras têm efeito, afectando a consciência, na medida em que a consciência é o alicerce do Ser. Isto é consciência, a Língua, as palavras, os conceitos, os eus.

Como por exemplo dizer “Eu”...só este pronome pessoal “Eu”...e então nós temos “eu” e “meu”. É evidente que “Eu” não implica necessariamente egoísmo quando aponta à realidade do Ser. Porém, quando entro em pontos de vista e opiniões fortes, egoísmo e obsessão, quando fico obcecado com o “eu”, obcecado comigo, com o meu ser, com o que é meu...então estas palavras “eu” e “meu” são extremamente poderosas para se reflectir sobre elas; podem conduzir a este sentido de importância pessoal, do que eu penso, de que estes são os meus pensamentos, esta é a minha vida, os meus direitos...esta é a era dos direitos, exigindo os meus direitos.

E, depois, este “Eu” pode facilmente conduzir a este sentimento de “individualidade pessoal”. Mas, “Eu” também pode querer dizer “não-pessoal” - não um, “eu” pessoal separado, em termos de alguém com uma história, um corpo ou coisa do género - mas mais para indicar a realidade do estar presente. “Eu sou” é uma afirmação honesta, e quando nos exprimirmos com palavras sobre nós, é sempre com, “Eu sou”.

Eu refiro-me a isto na Lenda do Buddha, a seguir à Iluminação, quando Ele se dirige para Varanasi e encontra o asceta que Lhe pergunta, «Vós pareceis particularmente resplandecente e radiante, o que foi que acabastes de descobrir?». E Buddha responde simplesmente: «Eu Sou O perfeitamente iluminado».
  (... continua) 
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