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O Incondicionado

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2016

  (...anterior) Contudo, não sabemos isto, quando estamos envolvidos nos detalhes e dentro da própria raiva. Na verdade, se tentarmos parar esse envolvimento raivoso, pois o que queremos é ser amáveis com amor e simpatia, podemos, então ser sensatos e entender as outras pessoas. Posso até pôr-me no lugar delas e compreender porque dizem coisas terríveis, mas, nem mesmo assim, estou a ser correcto ao nível da razão, mas ao nível emocional. No entanto, ou me deixo envolver nisso por pensar, vaguear ou odiar e fico preso na emoção ou então, paro e não me deixo envolver.

Ao reflectir desta forma e tendo até expressado por escrito a minha tensão mental, trouxe-a à superfície e encarei esta fúria e raiva. Ao escrever, consegui pelo menos trazer a emoção a um nível superior de evidência, numa exposição crítica que me permitiu conhecer e aceitar o que eu estava a sentir e a pensar, de modo a descrever a fúria, a raiva e a mágoa que eu estava a experimentar. Na verdade chegou a um fim. Passado tempo, não havia mais nada para dizer e, então houve uma compreensão, “amor incondicional subjaz a tudo”. Não nos apercebemos desta realidade, porque estamos perdidos nos nossos apegos, nos nossos hábitos, pontos de vista e opiniões, nas nossas ilusões, nas nossas personalidades.

Se não conhecerem o que é a vossa personalidade ou, se não souberem verdadeiramente o que são as emoções, vão ajuizar de um nível racional, “raiva é má e o amor, é bom e eu gosto”, depois também se acredita nos gostos; “este é um bom monge, aquele é um mau monge”. Assim, surgem e desaparecem várias preferências, e entretanto, alguém de quem gostamos hoje, amanhã podemos já não gostar. O gostar é mesmo algo em que não podemos confiar. E, então, tomei consciência de que há sempre condições para se gostar. Quando por exemplo, vemos mães (§) com crianças e as crianças estão a ser mesmo teimosas, difíceis, abomináveis e impossíveis, verifica-se que a criança está a ser completamente insuportável nesse momento, no entanto, as mães não dizem “eu odeio a criança” - pelo menos a maioria - e por debaixo da frustração, do não gostar e da saturação, está este Amor Incondicional. Digamos que para mim, não foi um amor romântico, não foi sentimental.

Neste sentido, o Amor Incondicional aceita tudo, percebe, sem condições. Não é como “eu amo-te só quando te portares bem, ou se te comportares decentemente e não humilhares nem envergonhares a família”, “mas quando fizeres coisas de que eu não gosto eu já não te amo mais”. Mas é possível pensar desta maneira, “eu já não amo mais quem fala mal de mim, quem espalha rumores, quem me calunia, quem me maltrata...” e então “eu já não te amo mais.” Ou, outras condições para não se gostar, são por exemplo situações em que me insultam ou que abusam de mim, já não consigo gostar dessas pessoas nesse momento. Mas se eu reconhecer e estiver ciente de que mesmo por debaixo dos meus gostos e antipatias que surgem e esmorecem conforme as condições, está este Amor Incondicional, pode-se cultivar a prática de Metta (amabilidade -gentileza) ou Amor Incondicional.

Quando se pratica Metta connosco e depois inter-agimos com os outros, podemos ficar demasiado sentimentais ou mimados e, eu admito, que algumas formas de comportamento podem-se tornar insatisfatórias para mim, mas, e se for apenas um tipo de simpatia verbal e pretensiosismo sentimental? Portanto, é aqui que se pergunta, afinal de contas o que é na realidade, Metta? Quando realmente investigamos o uso de Metta, estamos a aceitar todas as condições, tudo assim tal como é, sem o gostar ou deixar de gostar, não tendo a ver com aprovar ou desaprovar. Assim nós emitimos Amor para o Senhor da Morte, para os Demónios, assim como para os Anjos (§), os bons e os maus. Não é uma questão de mais Amor para o Anjos e só um bocadinho para os Demónios, ou uma questão de percentagem ou de quem merece. Quem será que merece o meu Amor? É claro que vou ser decente com os Demónios e talvez lhes dê 1%”.
  (... continua) 
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