Homepage
Spiritus Site
Início A Fundação Contactos Mapa do Site
Introdução
Sagrados
Sugestões de Leitura
Especiais
Agenda
Notícias
Loja
Directório
Pesquisa
Marco Histórico §
Guia de Sânscrito
NEW: English Texts
Religião e Filosofia
Saúde
Literatura Espiritual
Meditação
Arte
Vários temas
Mosteiro Budista
pág. 8 de 10
O Incondicionado

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2016

  (...anterior) E então muitas vezes usamos as palavras “vida” e “morte” como um par dualista e dizemos “vida” ou “morte”. Mas, na forma de encarar as coisas no sentido budista, é antes “nascimento” e “morte”, nascimento e morte sim, vão juntos. A palavra “vida” então, quererá significar o quê? Será vida eterna? Poderia ser.

No entanto, nessa minha experiência, não se trata de condições eternas, condições que duram para sempre, mas subitamente, toda a noção de morrer, de mim a morrer, morrer sozinho e a morte estando morta, não existe mais morrer então, isto é o que Ajahn Chah costumava sempre dizer, «morre antes de morrer» que em Tai diz-se “dtai gon dtai”, e Ajahn Chah estava constantemente a dizer isto, “morre antes de morrer”. E então esta morte do ego, este poderoso sentimento da minha distinção de “eu” e “meu”, à medida que confio nesta “Presença Consciente”, este poderoso sentimento de “eu” em manter o “eu”, a minha distinção, a minha singularidade, de repente morreu. Eu podia então deixar-me morrer se realizasse e visse isso, uma vez que eu estava a morrer e a sofrer a todo o tempo, pois era algo que não podia continuar.

Ora, o que acontece na realidade é que assumimos e actuamos como se fossemos este ego o tempo inteiro; este ego sou eu mesmo e está comigo o tempo todo e mesmo quando estou a dormir, ainda assim, sou Ajahn Sumedho. E depois há a forma como as pessoas falam carregadas da mais variada terminologia, em que assumem todas aquelas tendências latentes, como raiva reprimida, contorcendo-se das profundezas e, talvez existam até todo o tipo de energias negras cá dentro à espera de sair com medos e tudo à volta. Como então acabar com isto? Na abordagem budista, o Buddha (§) encarou este problema através do reconhecer que condições dão origem a outras condições – “geração dependente”. Ou seja, maneiras de reconhecer a sua origem, como quando há condições para a raiva e a raiva surge, sendo algo que está latente, algo que subjaz internamente, a não ser que se assuma e identifique, com a realidade, do que está a acontecer. E então eu acho que compreender “geração dependente”, é um modo muito mais proveitoso de olhar para a experiência, porque, por exemplo, quando o Sol brilha, quando chove, quando somos elogiados, insultados, quando se sente com saúde ou doente, as emoções estão sempre de acordo com as condições.

A plena consciência da condição, não é a condição. Não é uma condição a olhar para outra condição. Então esta “Consciência presente”, está também consciente da personalidade ou do momento em que as condições para se ser uma pessoa ou uma personalidade surgem e eu sou assim; sou pessoa feliz, pessoa infeliz, pessoa irritada, pessoa enlevada, pessoa deprimida, pessoa ofendida, pessoa aborrecida, pessoa assustada. Mas com a “Presença Consciente”, à medida que se reconhece o que é “Presença Consciente”, chega-se à simplicidade última. Como o espaço, não há nada de complicado a seu respeito. Não é nada que dependa de outras condições para ser consciente. Ou seja, até no meio do inferno se pode ser consciente. Então na Escola Mahāyāna, eles têm assim; “Um Lótus que floresce por entre o Inferno é indestrutível”, e depois há uma pintura desta Flor de Lótus extremamente delicada e tudo em seu redor a arder tremendamente. Esse é o meu Ícone, ser este Lótus é um símbolo de pureza na religião oriental. “Um Lótus que floresce por entre o Inferno é indestrutível”, Lótus indestrutível, “Presença Consciente”. E o inferno contínua à volta, mas esta “Presença Consciente” é indestrutível, por isso é que aqui se trata de reconhecê-la, realizá-la, não de tentar possuí-la ou criá-la.

É aqui, exactamente, que as palavras nos podem desviar ou conduzir no mau sentido, porque concebemos e definimos a “consciência” à nossa maneira. Queremos encontrar o que é, definir e falar sobre isso. Mas nada mais é do que isto. Na realidade, nada é, com excepção de que é apenas consciência no presente.
  (... continua) 
topo
questões ao autor sugerir imprimir pesquisa
 
 
Flor de Lótus
Copyright © 2004-2024, Fundação Maitreya ® Todos os direitos reservados.
Consulte os Termos de Utilização do Spiritus Site ®