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A Sabedoria de Deus - 2
de Swāmi Prabhavānanda
em 10 Abr 2017
(...anterior)
"Ó reverenciados sábios, vou agora contar-vos acerca do Bhāgavatam assim como o escutei. Foi compilado pelo grande sábio Vyāsa e oferece de uma forma sucinta os ensinamentos de todas as Escrituras. Vyāsa ensinou o Bhāgavatam a Śuka, seu filho, jovem de sabedoria e de grande fama, que por sua vez o ensinou ao Rei Parīkṣit. O sábio real, rodeado de muitos Brahmins instruídos, sentou-se em meditação, com o objectivo de renunciar ao seu corpo, e devotamente escutou a Palavra santa." Śaunaka, o mais velho dos sábios, ao ouvir mencionar o nome de Śuka não conseguia mais permanecer em silêncio.
"Reverenciado mestre", disse ele, "por favor fala-nos daquele livro de Deus que Śuka ensinou. Quando e como Vyasa o compilou? É interessante saber que foi Śuka o primeiro a propagar os seus ensinamentos. Śuka, o filho de Vyāsa , foi na verdade um grande Yogi, um conhecedor de Brahman, que realizou a unidade no meio da diversidade. Sua mente e consciência estavam sempre unidas com Deus. Nós ouvimos acerca dele, e de como, depois de começar a vida de renúncia, sem consciência de seu corpo, ele caminhava nu. Um dia, enquanto assim caminhava na floresta, passou por um lago no qual algumas ninfas se banhavam. Estas observaram-no a passar, sem se sentirem intimidadas na sua presença; mas assim que Vyāsa, seguindo seu filho, se aproximou, elas apressadamente saíram da água e se vestiram. Isso surpreendeu o grande sábio que perguntou às ninfas: "Por que agem tão estranhamente, minhas filhas? Vocês não se intimidaram à presença do jovem Śuka, que estava nu, mas sentem-se intimidadas diante de mim, um homem velho, completamente vestido.’ As ninfas responderam: "Venerado senhor, em si ainda existe uma réstia da consciência do sexo, mas em seu filho Śuka não há nenhum".
Assim, de novo implorado, o Sūta consentiu voluntariamente ao desejo dos sábios, e começando a sua longa história, primeiro disse, em detalhe amoroso, de como Vyāsa decidiu escrever o Bhāgavatam e de como ele o ensinou a seu filho, o santo Śuka.
Tradução de E. Rafael
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