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Mosteiro Budista
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Por fora e por dentro

de Ajahn Jayasaro

em 14 Mar 2019

  (...anterior) É por essa razão que se considera não ser sábio o desejo de nascer no céu, após a morte. O céu é uma pausa temporária dos rigores do nascimento, velhice, doença e morte, não é uma libertação destes.

Os budistas acreditam em espíritos? (40)
O Buda confirmou a presença, no mundo, de seres não humanos invisíveis a olho nu. A existência desses seres tem vindo a ser verificada ao longo dos anos, por médiuns dotados que desenvolveram as faculdades necessárias para os perceber. A grande maioria dos budistas, que não consegue confirmar a verdade nesta matéria, toma-o como verdadeiro. Outros, de disposições mais cépticas, têm reservas sobre tal.
Os professores budistas consideram que, mais importante do que estimular a fé na existência de tais seres invisíveis, há que infundir atitudes sábias para com eles. O Buda ensinou que todos os seres sem excepção são nossos companheiros de caminhada nos reinos do nascimento e da morte, e como tal não deveriam ser adorados nem subornados com ofertas. Os budistas são ensinados a cultivar uma atitude de respeito e de bondade para com os seres não humanos. Ao fazê-lo, tornam-se amados por eles, e livres de quaisquer perigos que venham destes seres. E, se se der o caso de os fenómenos percebidos como espíritos serem simplesmente produto do inconsciente humano, tomar a mesma atitude é a melhor cura.

Porque é que se dá tanta importância à impermanência no Budismo? (41)
A impermanência é a característica principal da existência. Tudo muda, nada fica igual, nada dura para sempre. Embora isto possa parecer uma observação banal, uma investigação mais atenta revela quantos dos pensamentos, emoções, percepções, desejos e medos ocorrem precisamente, porque a verdade da impermanência é constantemente esquecida. A reflexão continuada sobre a condicionada e impermanente natureza das coisas evita que nos entusiasmemos e nos descuidemos quando tudo corre bem, e que fiquemos deprimidos e desencorajados, quando as coisas correm mal. Na meditação, a mente centrada desenvolve intuição da sua verdadeira natureza, através da observação, a cada momento, da ascensão e queda dos fenómenos físicos e mentais.

Qual é o significado do “não-eu”? (42)
A pessoa não iluminada assume que existe uma entidade permanente independente que subjaz à experiência, e que esta entidade é o ‘nós’, quem nós verdadeiramente somos. Tomamos como garantido que este ‘eu’ é quem vê, pensa, sente, ouve, fala, e age. O Buda ensinou que esta compreensão de quem somos é enganosa, baseada em determinados erros de percepção fundamentais, e é a causa-raiz do sofrimento humano.
O Budismo ensina que, bem longe de ser o sólido centro de experiência, a sensação do ‘eu’ é criada a cada momento, usando uma identificação instintiva com os aspectos da experiência – o corpo, sentimentos, percepções, pensamentos, emoções, e autoconsciência. O Buda encorajou-nos a olhar mais de perto a nossa experiência, de forma a ver se conseguimos descobrir este ‘eu’, que parece existir de forma tão óbvia. Ao reconhecer que a vida é um fluir de fenómenos, dependente de causas e de condições, mas sem dono nem controlador, intui-se o ‘não-eu’, ou anattā.
Uma forma de compreender este ensinamento é a de considerara frase: ”Chove” (em Inglês, ‘It rains’). Neste caso, a que é que se refere a palavra ‘it’ (N.T) nesta frase? Será que existe ‘it’ que está a chover, ou ao referirmo-nos a ‘it’ estamos simplesmente a empregar uma convenção linguística?
O ensinamento do ‘não-eu’ é contra-intuitivo, e só consegue ser realizado numa mente estável e feliz. Por esta razão, a ênfase é colocada na criação de uma sólida base para esta intuição, através da prática da generosidade, da conduta moral e da meditação.
N.T. - ’It’ é o 3º pronome pessoal, em inglês, usado para significar uma coisa, animal, situação ou ideia que já foi mencionada anteriormente, algo que não é usado em Português, uma vez que só temos masculino, ‘ele’, e feminino, ‘ela’.
  (... continua) 


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