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Mosteiro Budista
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Por fora e por dentro

de Ajahn Jayasaro

em 14 Mar 2019

  (...anterior) O sofrimento, no sentido de aflição física ou mental, é só a expressão mais grosseira de dukkha. A relação que existe entre a palavra ‘sofrimento’, em Inglês (e em Português N.T.), e o conceito de dukkha, em Pāli, pode ser vista como a comparação entre vermelho vivo e cor. Dukkha também pode ser traduzido como um sentido crónico de ausência, ou como um defeito, ou incompletude de experiência. Neste sentido, dukkha é experiência vista como ‘não-Nibbāna’. Por este motivo, até mesmo os estados mentais mais sublimes ainda são considerados como existindo no domínio de dukkha, porque como são fenómenos condicionados, o apego que se lhes tem não deixa que aconteça a derradeira paz.
Posto de uma forma mais simples, dukkha pode ser expresso como ‘uma ausência de verdadeira felicidade’.
O Buda ensinou a via para a cessação do sofrimento, mas enfatizou que a libertação do sofrimento só seria possível, se ele fosse confrontado e completamente compreendido na sua natureza. Na Primeira Nobre Verdade, o Buda afirma que a vida do ser comum não iluminado se caracteriza por dukkha, devido aos anseios que acompanham o desconhecimento de como as coisas são.
N.T. –acrescento devido à tradução para Português

É correcto dizer que o Budismo nos ensina a renunciar a todos os desejos? (22)
O Budismo distingue dois tipos de desejos: o primeiro (tanhā), a ser abandonado, e o segundo (chanda), a ser cultivado.
Tanhā é o desejo que surge de um mal-entendido básico sobre como são as coisas: o facto de se ver permanência, felicidade e individualidade, onde não existem. O desejo pelos prazeres, a obter através de posse, de descartar algo, e de se tornar em algo, é tanhā. Tanhā leva ao sofrimento pessoal e é a base de quase todos os males sociais.
Chanda é o desejo que surge de uma compreensão correcta de como as coisas são. No seu cerne reside a aspiração à verdade e ao bem. O desejo de fazer bem, de actuar bem, de agir com bondade, de agir com sabedoria – todos os desejos baseados na aspiração à verdade e ao bem conduzem à realização pessoal e a sãs comunidades.
A distinção entre chanda e tanhā não é filosófica, mas psicológica. Ao se observar de perto a crua experiência de vida, a distinção entre desejos que levam à felicidade genuína, e os que não levam, torna-se cada vez mais clara.

O que significa “largar”? (23)
O Buda ensinou-nos a observar como nós criamos sofrimento constantemente para nós próprios, apegando-nos ao corpo e seus sentidos, aos sentimentos, percepções, pensamentos, emoções, como sendo ‘eu’ ou ‘meu’. Aprender a abandonar esse hábito, é aprender a ‘largar’. Tal não é possível por um acto de vontade. O acto de largar ocorre naturalmente quando a mente treinada se torna suficientemente acutilante para se aperceber que não existe nada na experiência directa que possa corresponder ao conceito de ‘eu’ e ‘meu’.
‘Eu’ e ‘meu’ não são, contudo, meras ilusões; são convenções sociais extremamente úteis, e o Buda ensinou a respeitá-las como tal. Embora o corpo, por exemplo, estritamente falando seja ‘não meu’, não quer dizer que deva ser negligenciado. Largar o corpo não significa que se deva deixar de praticar exercício, de tomar banho ou de ter uma dieta saudável. Significa não permitir que a vida seja definida em termos corporais. Significa libertar-se de toda a ansiedade, insegurança e vaidade, de todo o medo de envelhecer, adoecer, e morrer, que acompanham uma relação nada sábia com o corpo.
‘Largar’ é também um termo usado para um esforço inteligente. Ao sabermos que nenhum esforço que façamos existe em vão, que será sempre afectado de alguma forma pelas condições sobre as quais não temos controlo, largamos as nossas exigências e expectativas relativas ao futuro. Criamos as melhores condições possíveis para atingir os nossos objectivos, e depois, libertamo-nos dos resultados.

Como é que alguém se torna budista?
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