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Androginia
de Maria
em 02 Out 2017
A evolução humana rege-se por leis certas e objectivas de acordo com as necessidades espirituais dos seres humanos. O que pode tornar-se um desvio à natureza são as incompreensões que o homem/mulher tem sobre si mesmo e nas suas mais diversas interpretações, de acordo com o seu estado de consciência. O desconhecimento sobre a necessidade de aperfeiçoamento humano ao longo das vidas e das mutações que se devem operar para melhorar em cada encarnação, diminui conforme o ser vai despertando espiritualmente. Com a evolução espiritual consciente ou realização interna vem, então, a compreensão sobre si próprio e como a sublimação é o aspecto crucial do objectivo humano. Naturalmente que a sublimação de carácter envolve forças físicas, cognitivas ou mentais e, obviamente, a função sexual.
A confusão que se estabeleceu com a liberdade sexual, sendo certo que deixou de haver tabus ou considerações de culpabilidade acerca da sexualidade, mas leva a muitos exageros. Não obstante é necessário usar essa força e energia que está incluída na manifestação humana, mas beneficia mais dela quem a souber usar com conhecimento e moderação. A força anímica ou energias que transporta cada corpo físico é naturalmente uma energia só, mas como é mais requerida para a função sexual (implica emoções e afectos) outras funções ficam em segundo plano. A força é uma só e no seu todo.
Portanto, quando por razões de evolução já se nasce com esta energia mais equilibrada, não estando tão polarizada no sexo, sobrevêm outras potencialidade humanas, ao nível da inteligência que dá uma força de viver mais sublimada, ou seja, com valores mentais e significados espirituais superiores. A criatividade é um dos valores intrínsecos que permite ao ser humano o poder de criar, seja pela escrita, pela arte, pelo rigor profissional, pelo dever político, pelo anseio filosófico ou humanista.
Isto para dizer que há seres que já nascem com certa sublimação, mas infelizmente se enquanto crianças não forem acompanhadas de pais atentos e com algum conhecimento espiritual, correm o risco de serem consideradas anormais e, de elas próprias não compreenderem a diferença entre elas e as outras crianças, pois não havendo interesse pelas mesmas coisas, podem tornar-se inadaptadas. Já em adulto o interesse pelas relações sexuais pode ser diferente pelo seu viver mais sublimado, ou seja com valores mentais, sociais e espirituais superiores, numa manifestação óbvia da sua androginia. Contudo, de entre os últimos conceitos, como por exemplo, em relação à homossexualidade (muito em moda actualmente), é onde há grande confusão, pois ser homossexual não é ser andrógino.
O andrógino tem tal sublimação sexual, que não só aceita comodamente a sua condição de ser homem ou de ser mulher – sabe que essa dualidade é afinal um complemento - como o seu próprio interior com qualidades mais sublimadas, não lhe permite usar indevidamente a sua energia sexual, pois está polarizado noutros valores humanos. Na realidade, a sua vida afectiva, o amor a outro ser, resulta mais em doação e compreensão do que em esperar receber recompensas e havendo mais altruísmo e realização espiritual, tem maior possibilidade para fazer a sua auto realização, pois quando chega a este ponto sabe que é um dever. Portanto, a androginia é interior, devido à evolução espiritual, onde o poder masculino e feminino se equilibra sem ser necessário demonstrações exteriores (formas de vestir, falar ou comportamentos) e muito menos relação com o mesmo sexo. Há um equilíbrio justo e harmonioso.
Desta forma, o estado de andrógino, não tem relação com a homossexualidade, onde nesta, o poder sexual é a base da satisfação de desejos físicos - pelo contrário - o andrógino sublimou esse poder pela aspiração e realização espiritual, onde o desejo não é tanto físico, mas nos valores acima citados.
Nas primeiras etapas da sua evolução o ser humano polariza-se no corpo físico e portanto, a sua felicidade depende da sensação sexual, contudo são etapas necessárias até chegar à compreensão do valor que esta energia comporta e, que deve ser usada também para outros desígnios, um dos quais, o amor incondicional.
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