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Tempos de Páscoa
de Maria
em 24 Mar 2018
Recordo a Páscoa quando em criança na minha terra. Devido à forte religiosidade dos meus pais frequentei assiduamente a Igreja, onde os tempos de Páscoa eram vividos com grande ânimo religioso, tendo havido para mim, momentos de intenso valor místico.
Com íntima devoção, ora participava como figurante numa procissão, ora apenas como espectadora, a assistir na rua ao passar do andor que levava a imagem de Cristo suportando a cruz rumo ao Calvário e, pelo qual, chorava copiosamente. Estranhas memórias, que abrangiam uma ampla diversidade de emoções.
Confesso, que hoje considero essas comemorações um pouco sombrias, mas ajudaram-me a dar mais valor à espiritualidade que Cristo nos legou e, que foram enriquecendo a minha vida ao longo dos anos. Naturalmente que tudo foi evoluindo e, ou a religiosidade está mais compenetrada no interior de cada um, não sendo necessário já, tais representações do martírio e morte de Cristo, para avivar a memória dos crentes sobre a necessidade de realizar a componente espiritual, ou os seres estão mais materialistas e a Páscoa é um simples feriado sem grande referência e reverência religiosa,
A Páscoa evoca a fé, a devoção, a vontade de um Ser, que se sacrificou para nos deixar o ideal espiritual de estabelecer a união com Deus, e que para Ele, ultrapassado o ideal se concretizou numa realização de vida.
Valorizo, assim, hoje mais a Ressureição, que simbolicamente nos traz a certeza de que a vida é a manifestação do Espírito e nele vivemos a imortalidade, tal o Cristo exemplificou ao aparecer em corpo etérico aos discípulos e como aspiração espiritual tem permanecido estes dois mil anos. Celebrar a Páscoa como um momento iniciático para uma nova vida, uma nova atitude, que estruture mental e espiritualmente um novo Ser é o que desejo a todos, numa ressurreição eterna.
Paz, em tempos de Páscoa.
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